Não foram poucos os catarinenses que se espantaram com dezenas de manifestações populares em pequenas, médias e grandes cidades de Santa Catarina na terça-feira (29). Surpresa maior, porque naquela altura, as reivindicações dos caminhoneiros tinham sido totalmente atendidas, e já na segunda-feira pela manhã o movimento se esvaziava em todo o Brasil. Sofria, além disso, interferências estranhas. As passeatas e carreatas acabavam oxigenando os protestos em Santa Catarina, caso singular no Brasil.

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Soube-se na reunião realizada na Assembleia Legislativa que os dirigentes lojistas tiveram ativa participação. O governador Eduardo Moreira chegou a fazer um apelo ao presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL), Ivan Tauffer, ali presente, para que dirigisse apelo aos líderes municipais.

Confirma-se agora que todos os atos foram organizados por Câmaras Municipais de Diretores Lojistas. Estavam fora do tempo.

No início, deram apoio – como outros segmentos – ao protesto. Mas não atentaram para o acordo fechado e para o uso politico do movimento por oportunistas, aproveitadores, baderneiros e radicais. A bandeira inicial estava já desvirtuada.

Assim, os lojistas acabaram criando um colchão de fermentação do movimento que, na real, inexistia em Santa Catarina.

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Desgaste

Dirigentes de frigoríficos, de transportadoras e outros setores da cadeia produtiva do Oeste estão indignadas com a postura do governo estadual. O trevo de Chapecó, na BR-282, estava ontem com barreiras integradas por caminhoneiros e baderneiros, segundo testemunhas. Impediam a passagem de caminhões, e a polícia militar só olhando. Souberam que há orientação do governo de evitar confronto. E os bloqueios continuam com pressões e ameaças.

 

Reclamação

Prefeito Gean Loureiro (MDB) entrou com reclamação no Ministério Público do Trabalho contra o Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Coletivo (Sintraturb) para garantir o pleno funcionamento de todos os horários de ônibus. A prefeitura fez um esforço para transportar 90 mil litros de combustível de Itajaí para Florianópolis, mas o Sintraturb contestou. Alegando, ridiculamente, uma adesão à greve dos petroleiros.

             

Prejuízos

As agroindústrias de Santa Catarina tiveram até agora um prejuízo de R$ 350 milhões, segundo dados da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetaesc). Além disso, a Fetaesc elencou outros impactos: queda na receita dos agricultores, falta de alimentos para os animais, desperdício da produção, perda de animais, aumento abusivo nos preços dos alimentos e, o mais ameaçador, risco de sanidade animal.

            

Perdas

A maioria das prefeituras de Santa Catarina já sentiu os graves efeitos da crise dos caminhoneiros, com a queda nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli (PP), revelou na Assembleia que o FPM repassado no dia 30 ficava entre R$ 400 mil a R$ 600 mil Este mês caiu para R$ 230 mil. 

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Nomeação

O jornalista Iberê Aguiar, de Tubarão, foi nomeado assessor especial do ministro do Turismo, Vinicius Lummertz. Sua posse será na próxima terça-feira, em Brasilia. Iberê tem 32 anos de atividade no turismo e na comunicação em Santa Catarina e no Brasil. 

 

Curtas

* Poder Judiciário Catarinense retoma as atividades amanhã, segundo resolução do presidente do Tribunal de Justiça, Rodrigo Collaço. Os prazos processuais continuam suspensos até sexta-feira.

* Marcada para os dias 6 e 10 de junho, a Feira e Exposição Agropecuária do Vale do Braço do Norte (Feagro) foi transferida para o período de 11 a 15 de julho.

 

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