O engenheiro elétrico Gilberto Egger ingressou na diretoria da Eletrosul em 2009. Desde março de 2017 está na presidência da estatal que no domingo celebra 50 anos de fundação.
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Quais os desafios da Eletrosul quando comemora 50 anos?
Gilberto Egger – O principal desafio em 2019 será a discussão sobre a revisão tarifária, em exame na Aneel. Deverá provocar perda em torno de até 25% de sua receita. É a grande preocupação, apesar dos esforços de redução de custos. Precisamos organizar as despesas com uma receita menor. Temos um ativo investido num projeto do Rio Grande do Sul, que será leiloado hoje. É um investimento de R$ 160 milhões, extremamente atrativo para os vencedores. Mais de 10 empresas estão habilitadas.
A dívida era de R$ 4 bilhões quando o senhor assumiu e agora está em R$ 2 bilhões. Com esta dívida, a Eletrosul é viável?
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Egger – Com certeza. Estamos com disponibilidade de caixa significativa. Nós nos preparamos para retornar aos leilões. Infelizmente, com a decretação da caducidade pelo Ministério de Minas e Energia, estamos impedindo de participar de outros leilões. A condição financeira hoje é muito melhor. A meta é voltar a participar de leilões.
Se não for privatizada os investimentos serão mais em transmissão?
Egger – Não, vamos investir em transmissão e geração. A geração é uma grande oportunidade de negócios para a Eletrosul e vamos continuar.
Em que segmentos, eólico e solar?
Egger – Temos vários estudos e projetos de energia eólica. Assim que forem liberadas as linhas de transmissão do Lote A vamos incrementar os projetos eólicos, priorizando o retorno que os investimentos vão assegurar. Temos também pesquisas de projetos em geração termosolar. Estamos atentos a novas fontes de geração de energia.
Santa Catarina tem potencial eólico?
Egger – Os estudos principais que a Eletrosul está desenvolvendo são no Rio Grande do Sul, onde são mais viáveis.
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Como técnico da área que opinião o senhor tem hoje da Eletrosul?
Egger – A Eletrosul tem um corpo técnico altamente qualificado, com uma cultura organizacional de transformação e de enfrentamento dos desafios. Creio ser fruto dos fatos históricos. A Engie surgiu com uma cisão da Eletrosul e o surgimento da Gerasul. As pessoas que aqui permaneceram entenderam os desafios da transmissão e dos novos modelos. Dentro do grupo Eletrobras, a Eletrosul é a mais preparada para os desafios do setor elétrico. É a primeira que conseguiu reequilibrar suas finanças. E em novos projetos para o setor elétrico em Santa Catarina.