Não se viu uma única explicação convincente para esta decisão inesperada da Câmara dos Deputados de aprovar com votação surpreendente a PEC das emendas parlamentares impositivas. Os líderes e analistas falaram em troco no Palácio do Planalto, em afirmação do Legislativo e até em volta do Parlamentarismo.
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É verdade que o governo do presidente Bolsonaro não tem foco, está se perdendo em iniciativas de varejo e não se empenhou como devia numa competente e ética articulação para aprovação da reforma da Previdência. Medida apontada por consenso de economistas e especialistas como indispensável para o ajuste das contas públicas e para salvar os futuros proventos dos inativos, evitando um cenário financeiro caótico.
Indagação sem resposta: por que uma Emenda Constitucional que tramita desde 2015 na Câmara foi aprovada só agora, com 453 votos dos deputados federais? E por que a emenda da reforma da Previdência está há 40 dias na Comissão de Constituição e Justiça e não tem sequer relator indicado? Simples: como Bolsonaro não abriu o cofre para negociatas, a Câmara Federal manda seu recado político.
Na prática, a Câmara aplica pesada derrota política no governo Bolsonaro, aprofunda a crise política e revela sua falta de sintonia com a nação, em gestos e votos com puro fisiologismo.
A maioria da população deu um basta na corrupção, no fisiologismo, no nepotismo. Mas a Câmara sinaliza com votos o desejo de querer ressuscitar as velhas práticas.
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Finanças
O governador Carlos Moisés da Silva (PSL) reuniu-se ontem na Casa d’Agronômica com os presidentes da Assembleia Legislativa, deputado Julio Garcia (PSD), do Tribunal de Justiça, desembargador Rodrigo Collaço, e do Tribunal de Contas, conselheiro Adircélio Moraes Ferreira Júnior. Fez uma exposição sobre a situação financeira do governo e pediu colaboração dos demais poderes para redução de despesas. O secretário da Fazenda, Paulo Eli, e a secretária adjunta Michele Roncaglio, adicionaram outros dados sobre as finanças.
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