O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Rodrigo Collaço, revelou durante o balanço geral do governo com autoridades, forças militares e federações de empresários e trabalhadores que “estivemos próximos de um risco social”, ao se referir às manifestações durante a greve dos caminhoneiros.

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Também protagonista relevante no processo, que marcou presença constituindo um gabinete de crise no Judiário, com a participação do Ministério Público e OAB, o magistrado ressaltou a união das instituições para reagir contra a radicalização que se ampliava, após o desvirtuamento.

Fez um registro relevante: as liminares concedidas pela Justiça, autorizando até a intervenção da policia militar e do Exército para desbloquearem rodovias vitais para o abastecimento. O caso mais concreto foi do juiz Yannick Caubet, do plantão de Biguaçu, que determinou a liberação imediata do Terminal da Petrobras.

O desembargador Rodrigo Collaço elogiou também a atuação do Exército, chamado a restabelecer a ordem, com presença atuante do comandante da 14a. Brigada de Infantaria Motorizada, general Miranda, presente nas reuniões do Comitê de Crise. Muita gente pediu intervenção militar. Mas o Exército agiu no limite da Constituição, com um trabalho integrado em Santa Catarina.

Todas as autoridades e instituições destacaram, em consenso, a presença decisiva e competente da polícia militar.

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O governador lançou a bandeira da união de todas as forças para reversão dos prejuízos, garantia dos empregos e retomada da economia.

Arrecadação

O governo estadual deixou de arrecadar em maio R$ 130 milhões, segundo a Secretaria da Fazenda. Só em IPVA, a queda na receita foi de 9%. Novos dados sobre o comportamento da receita serão conhecidos só em 11 de junho. Os recolhimentos previstos para 21 de maio ficaram para 11 de junho, em função da greve dos caminhoneiros.           

Perdas

O setor industrial catarinense teve perdas de R$ 1,7 bilhões, segundo pesquisa da Fiesc. Maior preocupação no momento é com a recuperação. O presidente, Glauco José Côrte anunciou que há previsão de demissão de 30 mil trabalhadores. Mantém otimista, com reversão se houver retorno imediato das atividades e mobilização

Agricultura

Os criadores de aves e suínos e os agricultores foram os maiores prejudicados com a greve dos caminhoneiros em Santa Catarina. Entre eles, os produtores de leite, que perderam milhões de litros de leite, todos irrecuperáveis. Só a Aurora teve um prejuízo de R$ 150 milhões. E o pequenos agricultores não têm como recuperar as perdas.

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O melhor

Procurador chefe do Ministério Público Federal em Santa Catarina, Darlan Airton Dias, destacou ontem que “o melhor trabalho de gestão de crise no Brasil foi realizado em Santa Catarina”.  Esta atuação foi reconhecida também pela procuradora Geral da República, Raquel Dodge. Houve integração de todos os órgãos e qualificada execução das operações.

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