Há 55 anos, o Brasil tinha um governo incompetente e deteriorado, com o presidente João Goulart desmoralizado, sem autoridade, refém de sindicalistas, as instituições em frangalhos. E clara ameaça de uma ditadura sindical comunista, com decretação inicial do Estado de Sítio, como revela o senador José Serra, então presidente da União Nacional dos Estudantes, em vários livros e depoimentos.

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A população tomou conta das ruas das principais cidades brasileiras. Verdadeiras multidões nas maiores avenidas de Rio e São Paulo. O fim do governo inepto e em decomposição era defendido pelas principais instituições civis. O restabelecimento da ordem ganha manifestações contundentes de OAB, CNBB e ABI.

Sintonizados com esta contundente aspiração nacional, os líderes das Forças Armadas decidiram agir. A reação resultou na renúncia de Jango, que fugiu para Porto Alegre e depois se asilou no Uruguai. Declarada a vacância da presidência, assumiu a presidência o deputado Ranieri Mazzilli. De acordo com a Constituição, a eleição do novo presidente competia ao Congresso Nacional. O general Castelo Branco foi o eleito pelo Legislativo.

O episódio ganhou durante décadas o nome de revolução, pela intensa participação popular. As esquerdas insurgiram-se contra os abusos – prisões ilegais, torturas e mortes – passaram a condenar 1964 como “golpe militar”. E agora o presidente do STF, Dias Toffoli, define o episódio como “movimento”.

Golpe mesmo – se existiu – foi em 1968, com a assinatura do AI-5, que suprimiu direitos individuais e garantias da magistratura. Segundo os líderes militares, em resposta ao radicalismo das esquerdas que partiram para ações terroristas, liderados pelas pregações de barbarismo de Carlos Marighella e outros fundamentalistas de esquerda.

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Marxistas, estalinistas, maoistas, castristas e outros istas podem festejar datas de seus ídolos de barro, responsáveis pela morte de milhões e milhões de pessoas. E as Forças Armadas não podem celebrar 1964?

Os fatos

Manchetes e editoriais dos jornais de abril de 1964:

1. “Ressurge a Democracia” e “Empossado Mazzilli na presidência” – O Globo, Rio.

2. “Vitorioso o Movimento Democrático” – O Estado de São Paulo.

3. “Estados em rebelião contra JG” e “Fora” – Correio da Manhã.

4. “Democratas assumem comandos militares” – Tribuna da Imprensa.

5. “Povo festejou na Guanabara vitória das forças democráticas” – Diário do Paraná.

6. “Fabulosa demonstração de repulsa ao comunismo” – O Dia.