Hoje é 7 de setembro de 2018. Exatos 196 anos depois do famoso grito “Independência ou Morte” atribuído a D. Pedro I, que teria dito às margens do Riacho Ipiranga, retratado em óleo sobre tela pela imaginação do pintor Pedro Américo. E continuamos buscando compreender o que isso significou. Ao cortar o cordão umbilical com a pátria-mãe Portugal, teríamos que assumir inteiramente nossas responsabilidades. Mas, pelo que percebemos, ainda temos muito a aprender, a descobrir e a construir. Ainda somos, portanto, uma “pátria em construção”. Parafraseando Adolfo Correia da Rocha (um dos mais influentes poetas e escritores portugueses do século XX), “…uma pátria é o espaço telúrico e moral, cultural e afetivo, onde cada natural se cumpre humana e civicamente. Só nele a sua respiração é plena, o seu instinto sossega, a sua inteligência fulgura, o seu passado tem sentido e o seu presente tem futuro…”.

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Queridos leitores da Hora, ainda precisamos trabalhar muito para poder respirar plenamente, sossegar nosso instinto e fulgurar nossa inteligência, dando sentido ao passado e perspectiva ao futuro. Talvez nossos filhos ou netos possam usufruir de um país melhor. Mas cabe a todos os brasileiros esse trabalho de construção não só da pátria, mas também dos filhos e netos, pois de nada resolverá deixarmos uma herança se eles não estiverem preparados para recebê-la. Hoje é o dia de nossa independência. Que tal continuar buscando sua consolidação hoje, amanhã e depois, e depois, e depois…?

POR FALAR NESSE QUADRO…

O nome original dessa tela é Independência ou Morte, mas ficou conhecida como O Grito do Ipiranga. O artista Pedro Américo terminou de pintar o quadro em 1888 em Florença, na Itália (66 anos após a independência ser proclamada). Foi a Família Real que encomendou a obra, pois investia na construção do Museu do Ipiranga (atual Museu Paulista da USP). A ideia da obra era ressaltar o poder monárquico do recém-instaurado império. A obra representa a cena de Dom Pedro I proclamando a independência do Brasil. Também aparecem à direita e à frente do grupo principal, em semicírculo, os cavaleiros da comitiva; à esquerda, e em oposição aos cavaleiros, está um longo carro de boi guiado por um homem do campo que olha a cena curiosamente.

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A imagem que consagrou o 7 de Setembro não relata com exatidão o ocorrido no Dia da Independência. Essa cena foi produzida pela imaginação do pintor. E as diferenças são significativas. Primeiro, não era comum usar cavalos, mas sim mulas, para fazer o trajeto da Serra do Mar. Os uniformes também eram galantes demais para o tipo de viagem que D. Pedro I estava fazendo. Sua comitiva também nem era tão numerosa – no máximo levava 14 pessoas.

A pintura histórica retrata o episódio de maneira grandiosa, e Pedro Américo criou toda uma situação na tela para ressaltar esse aspecto. D. Pedro I voltando a São Paulo quando recebeu documentos vindos de Portugal e, depois de os ler, declarou o Brasil independente.

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