Vi nesta semana num documentário da National Geographic que as comunidades menores da Coréia do Sul não têm garis. A própria população varre a rua próxima de casa e a mantém limpa como uma obrigação estabelecida pelo valor da civilização. Pois foi esse o meu primeiro pensamento ao receber, do leitor Renato Avila, fotos e informações da iniciativa do pai dele, o senhor Valmor Manoel Davila, de 80 anos, para resolver um problema que se apresentou quando a grade da boca de lobo próxima de sua casa (Rua Capitão Pedro Leite, 9, Barreiros, São José) foi arrancada e instalou-se um buraco muito perigoso que serviu de armadilha para muitas pessoas.
Como o tempo passava e ele não percebia uma iniciativa da prefeitura de São José para consertá-la, passou a mão na poupança, comprou areia, cimento e barras de ferro, contratou um pedreiro amigo que lhe cobrou R$ 50 e avisou a vizinhança que iria dar um jeito na situação. E assim se fez.
Os moradores da região se aproximaram para acompanhar a iniciativa voluntária do vizinho, e muitos além de elogiarem, também se colocaram à disposição para solucionar outros pequenos problemas que surgirem. Aí está a relação com o que escrevi lá no início da nota. Apesar de saber da dificuldade do Poder Público Municipal em resolver todo os problemas que seus contribuintes enfrentam, penso que – guiados pelo bom senso – o próprio cidadão poderia exercitar mais sua cidadania e resgatar o conforto e o bem-estar em sua comunidade.
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#FICA A DICA
Fica a sugestão para que as próprias prefeituras organizem um setor (sem muita burocracia, por favor) de agregação de serviço voluntário de seus cidadãos. Esse setor poderia receber sugestões e orientar pequenos reparos numa espécie de mutirão, seguindo o exemplo do seu Valmor. Além da grade da boca de lobo, o concreto também serviu para fechar o buraco deixado no asfalto pelo conserto. E os moradores se sentiram ainda mais integrados e disponíveis para trabalhar pelo bem comum.
Meus cumprimentos e que sirva de exemplo.
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