A Política Nacional de Alfabetização (PNA), cujo decreto foi editado em abril de 2019, tem norteado os trabalhos da Secretaria de Alfabetização (Sealf). Para o secretário da área, Carlos Nadalim, a ideia é apresentar mais ações e programas dessa estratégia em 2020 como uma bussola para as demais ações. Ao conceder entrevista ao Portal MEC, o Secretário adiantou algumas ações e programas que serão implementados para resgatar a qualidade da alfabetização em nosso país. Os indicadores não são nada favoráveis à área.
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O Secretário garantiu que em 2020 irão intensificar os esforços para continuar proporcionando ações e programas que auxiliem professores, pais e, sobretudo, as crianças, o principal alvo da educação. O objetivo é que as crianças não fracassem no período da aquisição da leitura e da escrita, pois neste período, o fracasso gera consequências irreversíveis.
Em 2019, o Governo estabeleceu foco na construção da política e suas diretrizes, e lançou um programa para leitura em família, que é de pré-alfabetização. Para o próximo ano, pretende apresentar novos desdobramentos: a criação de um programa específico de alfabetização.
No início desse ano, o Governo divulgou a informação de que o Saeb só incluiria alfabetização em 2021. No entanto, já em 2020, alunos do 4º ano vão passar a ter sua capacidade de leitura e compreensão de textos avaliadas por um estudo internacional, o Progress in International Reading Literacy Study (PIRLS). O Governo aderiu ao PIRLS para saber como os alunos do 4º ano do ensino fundamental estão lendo e interpretando textos. Uma avaliação que leva em consideração duas finalidades: leitura como experiência literária e a leitura como meio de utilizar e processar informação.
Em 2020, no primeiro semestre, os alunos serão submetidos a um pré-teste e no segundo semestre ocorrerá a avaliação amostral. Desse modo, o país terá uma amostra representativa que dará subsídios para a Secretaria de Alfabetização para no futuro breve aprimorar os instrumentos de implementação da Política Nacional de Alfabetização.
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A Sealf também lançou o Conta pra Mim, que incentiva a leitura para crianças no ambiente familiar. O Conta pra Mim é um programa que implementa aspectos importantes da PNA porque reconhece a participação da família no processo de alfabetização. Isso não quer dizer que a família passa a alfabetizar a criança, mas ajuda no processo da pré-alfabetização, no projeto de vida dos indivíduos. Literacia familiar é o conjunto de práticas, experiências, relacionadas ao desenvolvimento linguístico, à literatura, escrita. Práticas vivenciadas entre pais e filhos no ambiente familiar. Os conhecimentos começam em casa e passam para a creche e a pré-escola e por toda a vida.
No primeiro semestre de 2020, o processo de adesão voluntária ao programa será aberto para os Estados. Eles receberão assistência técnica e financeira. Tutores que conduzirão sessões de literacia familiar nos espaços Conta pra Mim serão capacitados e a expectativa é alcançar 1 milhão de famílias com a criação de 5 mil cantinhos Conta pra Mim. O orçamento disponível para o programa é de R$ 45 milhões.
Sobre a Conabe (Conferência Nacional de Alfabetização Baseada em Evidências, ainda no primeiro semestre de 2020 a Sealf deverá apresentar o fruto desses debates com o Relatório Nacional da Alfabetização Baseada em Evidências (Renabe). O documento apresentará sugestões para as políticas nacionais relacionadas à alfabetização, com as evidências científicas mais robustas e atualizadas que nortearão as ações da secretaria de alfabetização.
Fonte: Portal MEC/Bianca Estrella