Até onde vai a (in)sensibilidade do ser humano? No terminal de ônibus de Palhoça vivem alguns cães de rua que são cuidados pela bondade do segurança do local, por motoristas, cobradores e outros anjos humanos que se preocupam com eles. Ganham água e alguma ração dia sim, dia não. Não importa a quem pertencem, de onde vieram e para onde vão.

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Pois, no início desta semana, um dos mais idosos entre os cães que ali vivem, conhecido por Sorriso, apareceu arrastando-se de dor pelo terminal. Constataram que havia sido atingido por óleo quente em suas costas, jogado por uma alma penada insensível e cruel. Isso deve ter ocorrido na madrugada e o fato de ter sido óleo quente foi constatado pela queimadura (com queda de pelo inclusive) e por estar todo melado, cheirando a óleo de cozinha.

Durante o dia todo, algumas pessoas tentaram apoio de algum setor oficial da Prefeitura, Polícia Ambiental, enfim, mas não conseguiram retorno. Alguns protetores, de Palhoça, se uniram e passaram a dar-lhe algum apoio com pomadas, medicamentos para dor e buscando alguma casa que pudesse acolhê-lo, mesmo que temporariamente. No fim da tarde de ontem, ele já estava melhor e é até possível que tenha sido levado para um lar provisório.

Mas precisamos colocar o fato em discussão e dele tirar pelo menos duas lições:

1) Palhoça, assim como Biguaçu e São José, precisa estruturar um setor de apoio à causa animal que possa ser acionado em casos semelhantes. Penso que nenhum desses municípios têm serviço público assim. Em Florianópolis, temos o Dibea e, apesar das dificuldades que o órgão enfrenta, é ainda uma referência para a causa animal.

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2) O que leva um ser humano a agir assim, com tanta irresponsabilidade, com tanta maldade e crueldade? Que Deus lhe dê luz e paz de espírito, pois se depender de suas ações, não sei como será sua vida futura (após essa em que se encontra).

cão teve queimadura nas costas
Queimadura nas costas (Foto: Graziela Mendes/Arquivo pessoal)

Já presenciou algum caso de maus-tratos? Para denunciar, basta acionar a Polícia Militar Ambiental ou ligar no 190.