Sempre que me perguntam o que eu entendo por ética, me vem à cabeça uma definição simples: é a obediência ao que não é obrigatório. Mas é bom, é justo e respeita o coletivo sobre o individual. Mas, como prática, lembro-me de uma pequena história que me foi contada por meu pai na porta do circo de nossa propriedade e que divido hoje com vocês:

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Um pai decidiu levar seus filhos ao circo. Ao chegar à bilheteria, perguntou quanto custava a entrada. O bilheteiro respondeu: R$ 30 para adultos e R$ 20 para crianças de sete a 14 anos. Crianças até seis anos não pagam. E pergunto: quantos anos têm seus filhos? E o pai respondeu: O menor tem três anos e o maior, sete.

Com um sorriso, o rapaz da bilheteria disse: Poxa, se o senhor tivesse falado que o mais velho tinha seis anos, eu não perceberia e vocês economizariam R$ 20. E o pai respondeu: É verdade, pode ser que você não percebesse, mas meus filhos saberiam que eu menti para obter uma vantagem e a lembrança desta tarde não seria especial quanto vai ser com o Circo. Na verdade, seria terrível para o caráter deles. Hoje deixo de economizar R$ 20, que não me pertenceriam por direito, mas ganho a esperança de que meus filhos saberão a importância de dizer a verdade.

O atendente permaneceu mudo. Também ele teria uma tarde especial para se lembrar. Essa história ilustra uma cena em que os filhos presenciam uma atitude correta do pai. Educar é dar exemplo. Isso também é ética.

A corrupção começa nos pequenos gestos e é passada às novas gerações como algo comum, que não causa grandes problemas, o que é uma inverdade, pois marca o caráter para sempre.

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