Até quando iremos atribuir às autoridades a responsabilidade pela “fiscalização” de nossas ações? Especialmente quando elas não afetam apenas a nossa vida? Compreendo que o estado precisa assumir sua responsabilidade e caso não faça, cabe as agências regulatórias e demais instituições e poderes, estarem atentos para exigir o que a sociedade tem como direito receber.
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Mas, quem realmente necessita um "decreto", para fazer o que é preciso ser feito?
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O que proponho a seguir não diz respeito apenas ao Toque de Recolher determinado por um Decreto pelo Governo de SC. Vale para qualquer imposição legal, e é nesse caminho que proponho pensarmos.
A cultura da responsabilidade coletiva numa sociedade, só acontece quando a gente consegue equilibrar controle e confiança. Se o estado for muito controlador ou desconfiado pode matar a motivação. A responsabilidade coletiva, quando imposta, quase sempre não deixa espaço para a automotivação. Está mais que na hora de compreender que a verdadeira responsabilidade é o senso de ação que vem de dentro de cada um de nós.
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A responsabilidade é imposta quando estão te dizendo o que fazer. Na questão da pandemia, penso que esteja mais do que em tempo de encontrarmos maneiras de acender a chama da automotivação, incentivando as pessoas a tomarem para si a responsabilidade pela prevenção.
Estamos desde março numa corrida insana de abre/fecha, proíbe/libera, em uma quase “guerra civil de ideologias”, quando deveríamos entender que a compreensão dos fatos só virá com a educação.
O “toque de recolher” necessário, deveria ser um "toque" de recolhimento ao interior de cada um. Um toque na consciência, que só será possível de dentro para fora, por nossa compreensão e quando tocado o nosso coração. Os gregos antigos acreditavam que a consciência humana estava abrigada no coração e que algo só seria "sentido" (sentimento), se fizesse "sentido" (compreensão).
A vida é curta para ser pequena e eu fico triste que ainda seja preciso um decreto para situações, em que apenas (e somente) a consciência individual pelo bem estar coletivo poderia resolver.
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Até quando vai ser preciso pedir às pessoas, algo além de bom senso e respeito à vida dos que nos são caros e dos outros.
Para quem tem consciência, um decreto é absolutamente desnecessário. Para quem ainda não a tem, pouco adiantará.
Que cada um faça a sua parte e assuma a sua responsabilidade, pois se não houver compreensão e bom senso, pouco resolverá qualquer determinação legal.