Dezembro de 1974.

Há 45 anos chegava a Florianópolis pela primeira vez. Vim a passeio e fiquei encantado com tudo que vi.

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Nunca esquecerei a emoção que senti ao correr para seus braços através da velha e querida Ponte.

Sim, “velha e querida ponte” – afinal, ela foi inaugurada em 13 de maio de 1926, portanto naquela época já contava 48 anos e estava ali firme, suportando o trânsito continente/ilha/continente sozinha (a Ponte Colombo Salles só foi entregue ao tráfego no dia 08 de março de 1975).

Essa imagem aí em cima foi a primeira que registrei com minha velha e querida câmera fotográfica Flicka, na memória e no coração para sempre.

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Estacionei o Corcel 69, verde majorca, teto de vinil preto, faixa Bino na lateral (superesportivo) na curva da Beira Mar (hoje é onde está o Quartel do Grupo de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros Militares de SC) e sem qualquer prejuízo ao trânsito (quase inexistente), guardei essa imagem para mostrar aos familiares e amigos de Tupã/SP onde eu morava, como a Ponte Hercílio Luz era linda.

Acesse a página especial e saiba tudo sobre a Ponte Hercílio Luz

Vim para Santa Catarina e fui morar em Lages por quase uma década. Nesse período estive em Florianópolis inúmeras vezes à trabalho e passeio. Fazia questão de cruzar do continente à ilha por seus braços. Era como se reforçasse o elo que de alguma forma me trouxe para Santa Catarina lá em 1974.

Mudei-me em definitivo para a capital em 17 de fevereiro de 1986 e já não pude entrar na ilha pela Velha Senhora. Ela já havia sido interditada para automóveis e outros veículos pesados em 22 de janeiro de 1982 ao detectarem o problema nas barras de olhal.

Em 15 de março de 1988 ela voltou a ser reaberta apenas para pedestres, ciclistas, e veículos de tração animal, para ser interditada definitivamente pelos motivos já expostos.

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Nem gostaria de entrar na demora de sua reforma, pois é também assunto mais do que discutido. Lamento sua utilização com outras intenções (se isso efetivamente ocorreu), mas prefiro olhar para o momento presente e para o futuro.

Hoje, fico feliz por ela e por todos que tiveram e ainda terão o privilégio de conviver com esse monumento histórico dos catarinenses e brasileiros.

Que receba um pouco mais de respeito de ora em diante em sua manutenção, para evitar o que por muito pouco não aconteceu.

Que bela plástica produziram não é mesmo?

Nem sei se lhe cabe mais o carinhoso apelido de Velha Senhora.

Os tempos mudaram e talvez seja mais adequado chamarmos de: Ponte Hercílio, nossa “Jovem” Velha Senhora…

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