"Ela recebia a gente com os olhinhos apertadinhos, meio velados pelo tempo, mas com o sorriso d'alma estampado no rosto. Rugas esculpidas com labor de artesã; pura sabedoria. Das rezas e das benzeduras, sabia tudo e um pouco mais. Dos cheiros e sabores, então, não sobrava para ninguém. (Ah! se aquele pequeno fogão à lenha falasse…). Dona Senhorinha é do tempo em que o bairro/balneário dos Ingleses era uma praia isolada, selvagem e repleta de histórias e lendas. Daquelas pesquisadas e garimpadas por Cascaes. Mas o tempo é mesmo assim, amável e áspero; amoroso e cruel. E a Dona Senhorinha fechou para sempre os seus olhinhos de pura esperança. Corpinho frágil. Alma e espírito de guerreira. Iluminou. Hora de alçar novos voos. Não há limites para a nossa gratidão e dádiva de tê-la conhecido e ouvido um pouquinho dos seus sábios pensares. Mande notícias dos novos mundos de lá, querida vozinha…canta, canta…
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Avôa, passarinha, Avôa…. Luz"!
Nossa homenagem, pelas palavras de meu irmão, o jornalista Gilberto Motta, à senhorinha Luiza de Campos, nativa e moradora histórica de Ingleses, sepultada na manhã de segunda-feira, aos 104 anos, no Cemitério Municipal de Ingleses.
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