Se estivesse vivo, Franklin Cascaes completaria nesta quarta-feira (16), 111 anos. Coincidência ou não, mas emocionado, pedi licença para o amigo Lourival Amorim, membro do Conselho Curador da Udesc, para reproduzir um post publicado por ele em sua rede social, por entender que resume todo o carinho e reconhecimento ao trabalho maravilhoso do personagem retratado e de quem o retratou. E penso que sempre é tempo de enaltecer e registrar um pouco de nossa história por seus personagens, para todos os nossos públicos. O texto é autoexplicativo.

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Escreveu o Amorim:

"Hoje, numa posição bastante privilegiada, fotografei nosso grande pesquisador, escritor, antropólogo, gravurista, ceramista, e folclorista… o nosso bruxo Franklin Cascaes, nascido em 1908 e falecido em 1983. Um clique especial, num dia de céu azul, ao fundo o mar, o aterro de Burle Max e nossa centenária Rua Deodoro.

Nosso artista deixou aproximadamente 3.000 peças em cerâmica, madeira, cestaria e gesso; 400 gravuras em nanquim; 400 desenhos a lápis e grande conjunto de escritos que envolvem lendas, contos, crônicas e cartas, todos resultados do trabalho de 30 anos de Franklin Cascaes junto a população ilhoa coletando depoimentos, histórias e estórias místicas em torno das bruxas, herança cultural açoriana, que estão no Museu de Arqueologia e Etnologia Oswaldo Rodrigues Cabral, sob guarda da UFSC.

Deixou também para nós os contos: Balanço da Pirueta Voadora, Nossa Senhora, o Linguado e o Siri, A Bruxa Metamorfoseou o Sapato, Balé das Mulheres Bruxas, Mulheres Bruxas Atacando Cavalos, O Boitatá, Mulheres Dando Nós em Caudas e Crinas de Cavalos e o livro O Fantástico na Ilha de Santa Catarina".

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E quem produziu essa obra?

Esse trabalho de 34 metros grafitado na parede do Edifício Atlas no centro de Florianópolis foi produzido pelo artista urbano muralista Thiago Valdí, 30 anos, com apoio de um grupo de grafiteiros e grafiteiras da melhor qualidade. Natural de Florianópolis, Valdí (fã de Gaudí e Dalí, e isso explica o acento agudo acrescentado em seu nome) dedica-se à arte urbana de 2006.

Com técnicas de pulverização derivadas do grafite e da street art, Thiago cria obras em grandes proporções e com incríveis detalhes técnicos e estéticos. Elencado pela revista escocesa Street Art 360 que é referência do estilo no mundo todo, teve uma de suas obras mencionada na revista para entrar na lista dos melhores grafites do mundo.