O melhor presente do mundo é aquele que é embalado pelo coração…
Fim de tarde da quinta feira (25).
Ao ouvir aquele "bip" característico do WhatsApp avisando que alguém havia me enviado algo, percebi tratar-se de uma mensagem da Jana, fotógrafa profissional que segue na senda de tudo e mais um pouco, pelos ensinamentos do papai Antonio Carlos Mafalda, um dos mais experientes e sensíveis fotógrafos do jornalismo brasileiro que, para nossa alegria e orgulho, vive entre nós.
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Mafalda passou por poucas e boas (em se tratando de saúde pessoal) recentemente, mas superou tudo, deu a volta por cima com o apoio da bela família e dos amigos e continua buscando imagens que registrem fatos importantes de vida catarinense e não perde nenhuma oportunidade de retratar o que nosso estado tem de melhor.

No recadinho escrito pelo pai e transmitido pela Jana, a gentileza de um enorme coração que busco dividir com nossos leitores:
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"O final de tarde na Coxilha Rica, na terça-feira, trouxe lembranças de felicidade e também tristeza pelo que está acontecendo hoje. A pandemia. Lágrimas correram pelo visor da máquina fazendo com que a emoção tomasse conta do meu coração. Gostaria que estas fotos acalentassem o coração de nossos amigos e de todos que estão sofrendo com a pandemia. Lembrei na hora de vocês, Mário, Laine e Ed, que todo dia no Jornal do Almoço tentam trazer um pouco de alívio para todos nós . Homenagem que peço seja estendida a todos da área da saúde que estão dedicando suas vidas pela vida do próximo. Viva a Vida. Mafalda pai".
Mafalda estava na serra nesse começo de semana. Considerada a primeira via terrestre de ligação entre o sul e o sudeste do Brasil, o Caminho das tropas traçado no século XVIII abrangia a Coxilha Rica. Passavam pela região tropeiros que levavam gado do Rio Grande do Sul para Sorocaba em São Paulo e sul de Minas Gerais. Tomado pela beleza da região, não desperdiçou a oportunidade de registrar um dos mais belos fins de tarde do mundo – o da Coxilha.

A Coxilha Rica, região da serra catarinense cheia de histórias e de paisagens exuberantes, mexeu com o velho e experiente fotógrafo, que escreveu poeticamente em seu bilhete: "Lágrimas correram pelo visor da máquina fazendo com que a emoção tomasse conta do meu coração", e eu confesso que ao receber esses presentes em forma de fotos, lágrimas rolaram dos meus olhos por cujas janelas essas cores penetraram rumo ao coração e me levaram aos anos 70 quando cheguei em Santa Catarina e fui morar em Lages.
Uma das primeiras experiências emotivas a que fui submetido pelos irmãos lageanos foi uma ida à Coxilha Rica e na volta acompanhar um torneio de laço sentado sobre uma taipa, num fim de tarde como o da foto em azul… Não há como esquecer. Calou fundo e marcou para sempre o amor por um pedaço de Santa Catarina que agora foi reconstituído pelas lentes e pela arte do querido Mafalda.
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Em tempos de pandemia, essas imagens são um medicamento que eleva nossa imunidade contra a tristeza, diminuindo a tensão a que somos submetidos a cada dia.
Seria muito egoísmo guardar essas preciosidades apenas para nossos olhos. Por isso pedi licença para publicá-las aqui na coluna como forma de agradecimento por tão belo gesto e recebi em retorno, apenas o pedido para que a homenagem também fosse extensiva a todos os profissionais da saúde que continuam arriscando suas vidas pela vida do próximo.
Querido Antonio Carlos Mafalda, nossa gratidão e homenagem a você, à sua arte, à sua humanidade e ao seu carinho.