Publicamos aqui na coluna na última quinta-feira a nota com esse título: “Educação reforçada em Palhoça”, com dados encaminhados pela prefeitura daquele município, destacando convênios assinados com instituições para a manutenção do atendimento por creches às crianças nessa faixa etária. No dia seguinte recebemos do senhor Bruno Haiah, presidente do Conselho Comunitário Aririu da Formiga, um e-mail em que o mesmo registra seu descontentamento com as informações prestadas pela municipalidade e traça em linhas duras e diretas uma outra situação relacionada à essa área naquele município. Por questão de respeito e coerência, publico a seguir o que me enviou o presidente daquele Conselho Comunitário.

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“Caro jornalista Mário Motta, venho através deste e-mail mostrar meu descontentamento com a nota veiculada no jornal Hora. Nem o título, nem o texto condizem com a realidade dos fatos. As creches de Palhoça estão endividadas e as instituições citadas estavam há cerca de dois meses implorando um reajuste no repasse do convênio, reivindicação negada pela prefeitura com a alegação de não ter dinheiro. Assim, não houve reforço nenhum, investimento nenhum, na educação. O valor que a prefeitura diz investir não foi reforçada em nada, trata-se do mesmo valor aplicado no ano passado. Isso não é investimento. A forma como a prefeitura repassa a informação dá a entender que é a prefeitura que está aplicando o dinheiro, o que também não é verdade, pois a verba é federal.

O único dinheiro do município que está sendo aplicado, são os R$ 25 milhões, fruto de um financiamento, para a construção de uma nova prefeitura. O fato é que o prefeito virou as costas para as creches do município. As creches recebem um valor mensal que não paga nem o salário dos professores. Receberemos, em 2019, R$ 15 mil por mês, mas nosso gasto só com folha é de R$ 20 mil. Temos que esmolar aos pais e moradores por ajuda, recorrer a eventos para completar este valor. Temos uma sala vazia, que não pode ser utilizada por falta de recurso, o mesmo acontece com a creche do Aririu. E, no final do ano, temos férias, décimo terceiro para pagar, os encargos dobram, e o repasse continua os R$ 15 mil.

Sem falar que janeiro não há parcela a receber, então já começamos o ano com pendências, pois só nos resta usar a parcela de fevereiro para pagar os salários de dezembro. Nossas professoras estão desanimadas. Temos creche com mais de R$ 800 mil de dívidas por conta desses repasses. Estamos pedindo socorro e nos angustia quando vemos informações como essa, dando conta de uma educação que não existe. Espero ter a oportunidade de contar a verdade sobre a educação de Palhoça, pois o material que a prefeitura lhes enviou não é real”.

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