Em setembro de 2015, os jornalistas Gabriele Duarte, Betina Humeres, Rodrigo Stüpp e Tiago Ghizoni produziram um caderno especial para a versão impressa do Hora de SC sob o título “Frei Damião: um retrato da comunidade mais carente da Grande Florianópolis”.

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A Hora de SC já cobrava melhorias para a região em matérias repetidas desde 2009. A comunidade Frei Damião nasceu de uma invasão. Os moradores que vivem ali estão de maneira irregular.

Sem luz e saneamento, mas com um fio de esperança, essa era a comunidade Frei Damião em Palhoça, onde 7 mil pessoas (naquela época) viviam entre o suor fruto do próprio esforço e as promessas das autoridades. Este foi o cenário reencontrado pela Hora, que já cobrava melhorias desde 2009. Desde então, pouca coisa mudou naquele lugar que é um dos mais carentes da Grande Florianópolis.

Faltam saneamento básico, energia elétrica, água encanada, pavimentação e registro de endereços na comunidade Frei Damião. Sobram lixo, ligações irregulares de luz e água, lama, buracos, desesperança e, muito descaso do Poder Público com mais de sete mil pessoas.

A região de aproximadamente 30 mil m² em Palhoça continua vivendo sem serviços essenciais desde o fim da década de 1980, quando ainda pertencia a São José e começou a receber moradores de regiões carentes e de outras partes do Estado. O contraste com o bairro vizinho Pedra Branca, o mais nobre da cidade, é evidente.

Criança e idosos são a maioria da população.
Criança e idosos são a maioria da população. (Foto: Betina Humeres)

Com a quarentena estabelecida pelo advento do coronavírus e o isolamento social, a maior parte dos moradores da Frei Damião que sobrevivem basicamente da reciclagem de lixo, "bicos" e trabalho informal estão impedidas de sair de casa e consequentemente começam a passar necessidades básicas inclusive para conseguir alimentos.

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Algumas lideranças comunitárias vêm fazendo um trabalho de mobilização importante, mas muito aquém da real necessidade. São aproximadamente 600 famílias, com 45 recém-nascidos, que não tem da onde tirar o sustento nesse momento de crise e recolhimento, pois trabalham como autônomos, a maioria catadores de lixo reciclável.

A maioria dos trabalhadores está obedecendo o decreto estadual de não sair de casa, mas devido ao medo da fome, alguns estão "escapando" à noite.

Alguns voluntários tomaram a iniciativa de buscar junto à empresários, supermercados, atacadistas e à população em geral qualquer forma de ajuda – seja com alimentos básicos não perecíveis ou mesmo em espécie abrindo uma conta em um aplicativo de ajuda comunitária e cuja arrecadação será transformada em alimentos que serão distribuídos entre os necessitados daquela comunidade.

Você também pode entrar em contato com dois voluntários que estão bem próximos da comunidade e que colocaram seus WhatsApp a disposição para dar todas as informações necessárias: Sinara (48) 99165-2848 e Rafael (48) 99622-0437.

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O que pode determinar sua posição em atender a esse pedido é pensar o quanto essa comunidade precisa e lembrar que a maioria das medidas de prevenção são destinadas a quem tem condições mínimas de se prevenir, o que não é o caso dessas pessoas.

Colabore com a ajuda coletiva ou com mantimentos não perecíveis, como você entender melhor. Muito obrigado.