No ano de 1972, o então comandante do 14º Batalhão de Caçadores Coronel Zaldir de Lima, aceitou um desafio que lhe fora colocado pelo comandante da 5ª região militar: Realizar uma marcha a pé de Florianópolis a Curitiba. Imediatamente ele chamou o então comandante da 1ª companhia de fuzileiros, Capitão José Geraldo da Silva e lhe relatou o desafio que teriam pela frente.
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O Cel. Zaldir determinou ao Capitão Geraldo que fizesse todos os preparativos logísticos com sua equipe, para em 90 dias realizar a marcha com a 1ª companhia de Florianópolis a Curitiba. Todos os preparativos logísticos foram realizados sendo escolhidos no trecho dos 300 km, 10 locais, de 30 em 30 km para os jantares e pernoites e outros 10 locais para a parada do almoço da tropa. A tropa marcharia 15 km pela manhã e 15 km a tarde. No dia 07 de agosto de 1972, tudo pronto para a marcha, a tropa inicia a viagem e o Boletim Interno do Batalhão do dia seguinte , faz a seguinte publicação:
“Boletim interno nº. 158 de 08 de agosto de 1972 2ª parte – instrução 1.
Marcha a pé de Florianópolis/SC a Curitiba/PR – realização autorizada pelo Cmt da 5ª Região Militar/Divisão de Infantaria. O grupo deslocou-se no dia 07 de agosto de 1972, às 07,30 hs., com destino a Curitiba, para realizarem uma marcha a pé. Integraram o grupo os seguintes elementos do 14º BC (extensa relação de militares componentes da 1ª cia.) Na marcha, seguiram 3 oficiais, 10 sargentos, 11 cabos e 67 soldados e mais 31 militares como pessoal de apoio logístico da Companhia.
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Além de comando e serviços em viaturas, o pessoal de rancho, enfermagem, motoristas e montadores de barracas. A marcha que foi realizada em 11 dias, teve sua chegada em Curitiba no dia 17 de agosto no 5º Batalhão Logístico e no mesmo dia recebida no 20º BIB pelo comandante da 5ª região militar/divisão de infantaria, sendo que os militares participantes, os marchadores como ficaram conhecidos, foram por diversas vezes na cerimonia de conclusão do feito, elogiados pelo comandante da 5ª RM/DI.
Por fim o boletim interno de nº. 171, do 14º BC, publica no dia 28/agosto/1972, que, no dia 18 de agosto, apresentaram-se às 11,45 hs. no batalhão, por terem regressado da marcha de 300 km a pé, os seguintes oficiais e praças abaixo relacionados (e os relaciona nominalmente). Esta marcha teve apenas três baixas por prescrição médica: um sargento e dois soldados. Este exercício como Marcha, foi a única e recordista, realizada pelo exército brasileiro em tempos de paz.”
E os marchadores voltam a se reunir depois de 47 anos
Relembrando este feito histórico, no dia 23 de outubro de 2019 (em que comemorou os 100 anos de existência do 63º BI), os integrantes desta marcha que faz parte de sua história, quando ainda se chamava-se 14º Batalhão de Caçadores (há 47 anos atrás – 1973- a unidade se transforma em 63º Batalhão de Infantaria) recebem uma significativa homenagem. Estiveram presentes alguns daqueles heroicos marchadores que ainda aqui estão entre nós ou foram representados.

São eles: 2º ten. R2 a época Romualdo Chibior; 2º sgt a época Raúl Dias da Silva Júnior; 3º sgt a época Osmar Luiz Becher; 3º sgt a época Norberto Balsanelli (in memoriam – representado pelos filhos); 3º sgt a época Joares Adenilson May; cb 77 a época Antônio de Mattia; cb 90 a época Renato José Hendges (in memoriam – representado por sua filha); cb 214 a época Claudinei Churkin; cb 131 a época Francisco das Chagas Guimarães; sd 211 a época Luiz Gonzaga Ventura ;sd 347 a época Osmar Nelson da Silva; sd 562 a época Alberto Mendonça; e sd 575 a época Francisco Gorges.
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A solenidade (que fez parte da programação geral dos 100 anos do 63º BI) revestiu-se de muita emoção e os que compareceram foram muito aplaudidos e admirados pelos demais militares, maior parte dos quais nem sabia deste feito realizado pelo batalhão. A todos eles meus cumprimentos.
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