O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (IMA) divulga o novo relatório de balneabilidade referente a coletas feitas entre os dias 02 e 06 de março de 2020. De acordo com o resultado, 68,0% dos locais vistoriados estão próprios para banho. O resultado anterior era 64,9%.
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Na capital, dos 87 pontos onde há coleta, 63 apresentam condições favoráveis para mergulho, o que representa 72,4%. No restante do litoral, dos 144 pontos averiguados, 94 são indicados para banho humano. Em comparação ao relatório anterior, sete pontos passaram da condição de próprio para impróprio e 14 de impróprio para próprio.
Durante a alta temporada, de novembro a março, o IMA divulga semanalmente o relatório de balneabilidade no site balneabilidade.ima.sc.gov.br e pelo aplicativo Praia Segura, do Corpo de Bombeiros. A próxima acontece dia 13 de março.
O Ponto 64 – foz do Rio Sangradouro – agradece mas dispensa novos gastos
Justifico o título por que não creio que o pobre Rio Sangradouro ainda seja um "ser vivo na natureza…
Tomei o Ponto 64 – Foz do Rio Sangradouro/Armação do Pântano do Sul – apenas como referência, mas penso que ele possa valer para uma reflexão que envolva os que produzem com tanto carinho e empenho essa pesquisa de balneabilidade há mais de quatro décadas (FATMA e agora IMA) e os demais responsáveis pela qualidade de vida da cidade e de seus moradores. Segundo o site do IMA:
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“A pesquisa de Balneabilidade é um trabalho realizado sistematicamente pelo IMA desde 1976, seguindo as normas da Resolução Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Começa com a coleta de amostras da água do mar em 231 pontos dos 500 quilômetros da costa catarinense. O IMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja avaliado, concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetíveis de poluição – os de maior fluxo de banhistas. As coletas são feitas mensalmente de abril a outubro e semanalmente de novembro a março – o pico da temporada de verão. Os técnicos fazem as coletas da água do mar a até 1 (um) metro de profundidade, na quantidade de 100 mililitros em cada ponto. O material coletado é submetido a exames bacteriológicos durante 24 horas. São necessárias 5 (cinco) semanas consecutivas de coleta para se obter um resultado tecnicamente confiável. Para as análises são levados em consideração aspectos como condições de maré, incidência pluviométrica nas últimas 24 horas no local, a temperatura da amostra e do ar no momento da coleta (parâmetro físico) e a imediata condução para a pesquisa em crescimento bacteriano. As informações estão na página do IMA, no item Ecossistemas, sub-item balneabilidade e no endereço balneabilidade.ima.sc.gov.br. Nestes canais é possível encontrar os relatórios apresentados, as condições online e o histórico dos pontos monitorados”.
E quando falo “em nome” do Ponto 64, o faço tomando como base todas as pesquisas (coletas e análises) já feitas naquele ponto desde que foram iniciadas na ilha de Santa Catarina, senão vejamos:
Voltemos no tempo e vamos à primeira vez em que a coleta foi feita naquela região (Armação do Pântano do Sul) seguindo as normas técnicas atuais. Isso aconteceu no dia 03 de dezembro de 1996, e naquela época mesmo no ponto em frente a Igreja da Vila a expressão INDETERMINADO era utilizada quando a pesquisa não garantia a qualidade como PRÓPRIA.

Veja a primeira vez em que o PONTO 64 foi analisado (15 de setembro de 1999):
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Da segunda pesquisa em diante a condição da balneabilidade já apareceu como IMPRÓPRIA
E no decorrer dos anos, ficou claro que aquele ponto não iria se recuperar por milagre ou por si próprio…
Veja por exemplo a pesquisa desenvolvida durante todos os meses do ano 2000:

Agora, esse é o resultado da última pesquisa referente ao dia 03 de março de 2020 – sexta feira:

Desde então, são feitas – em média – 26 coletas e análises/ano no ponto 64.
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Em cerca de 550 coletas feitas nesses 22 anos, menos de 10 daquele ponto apareceram como PRÓPRIAS PARA O BANHO e em algumas delas por erro de grafia como, por exemplo, as que aparecem nos dias 17.09.2007 e em 25.10.2007 (veja abaixo). Confira as contagens de 500 e 800 E.Coli NMP*/100 ml. Mesmo assim o resultado é dado como PRÓPRIO, quando o correto seria IMPRÓPRIO. Veja que temos outras coletas com esses mesmos números ou até menos (19.07, 03.12, 10.12) corretamente definidas como IMPRÓPRIAs.

CONCLUINDO:
Enquanto não for feito um plano de fiscalização e limpeza do Rio Sangradouro, da nascente à sua foz, identificando os pontos de ligações irregulares de esgoto ao longo de seu curso e outras fontes de poluição do pobre curso d'agua, NÃO ADIANTA PROSSEGUIR COM AS COLETAS E ANÁLISES da Pesquisa do IMA – pelo menos naquele ponto.
É dinheiro jogado fora…
E se nossas autoridades são responsáveis, certamente sabem que o que estou escrevendo é absolutamente verdadeiro.
Por isso, sempre que o IMA libera os resultados de uma nova Pesquisa de Balneabilidade, elogio o trabalho do Instituto, mas questiono: E DAÍ??
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Não me atraem os pontos PRÓPRIOS (a não ser por sua manutenção, é claro), mas sim os IMPRÓPRIOS e até quando continuarão apresentando esse resultado??
Fico no aguardo de algum retorno de nossas autoridades responsáveis.