Gosto da história do sujeito que chega a um velório e pergunta para um amigo do morto: “Parece tão novo. Morreu de tanto fumar?”. E o outro diz: “Não, nunca fumou”. O sujeito então pergunta: “Ah, então bebia?”. E o amigo do defunto diz: “Nada! Nunca encostou uma cerveja na boca”. Então, o sujeito pensa mais um pouco e afirma: “Provavelmente, então, era festeiro. Andava com a mulherada pra cima e pra baixo”. Ao que o outro responde: “Nem um pouco, homem de uma mulher só”. O sujeito pensa, olha para o defunto, olha para o amigo do defunto e comenta: “Você vê que também não é por aí, né?”.

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Cada pessoa é de um jeito e ainda me surpreendo de ver fotos do grande Oscar Niemeyer fumando aos 104 anos. Ou, exemplo mais próximo, o casal de avós que, aos 90 e poucos anos, toma diariamente uma taça de vinho, café, um licor depois do almoço, soneca de tarde e nada de exercícios. Contudo, digo pra mim mesmo e pra qualquer pessoa que queira envelhecer bem: assuma que você não é uma dessas pessoas.

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Durante a pandemia, talvez pelo assombro da morte de tantas pessoas, talvez pela descoberta do câncer da minha mãe, talvez por influência da minha esposa, talvez por não ter nada melhor a fazer, comecei a cuidar melhor da minha saúde. Comecei acompanhando as aulas de ioga on-line, descobrindo minha falta de flexibilidade. Mais tarde, baixei um daqueles aplicativos de exercícios de sete minutos, e descobri minha falta de condicionamento. Passei a caminhar, primeiro um quilômetro, depois dois, depois três. Descobri minhas dores no tendão de Aquiles. Mês passado, fiz uma média de dez quilômetros, todos os dias.

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Parei de beber álcool. Comecei a tomar suplementos (colágeno, ácido fólico, essas coisas que dizem ser milagrosas). Durmo oito horas. Me pergunto até quando vou continuar assim. Aguentarei quanto tempo correndo todos os dias? Terei tempo de fazer exercícios depois que o mundo voltar ao normal? Cairei na tentação da porção de fritas com cerveja gelada no verão?

Talvez cada pessoa seja de um jeito e, ao longo da vida, teremos muitos jeitos diferentes. Em alguns momentos, estamos largados; em outros, esportistas. Conseguir ouvir quem somos em cada momento é o desafio. Sem exageros, é claro. Porque também não é por aí.

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