Um amigo se separa. Aconteceu como quase sempre acontece. Ele se tornou distante da esposa. Ela pensou que era algo que ela tinha feito. “Devo conversar?”, se perguntou, “Ficar quieta? Dar espaço? Dar carinho? Me arrumar mais?”. Essas coisas que as mulheres pensam. Mas era o de sempre: era outra. Não há o que uma esposa possa fazer quando o coração de um homem está se indo pra longe.

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O duro é que é filme previsível. A história é sempre a mesma. O homem quer viver uma aventura. A aventura fica cada vez mais séria. Quando precisa tomar uma decisão o homem se acovarda. Não quer se separar, mas também não quer abandonar a aventura. Não quer divórcio, discussão, separar patrimônio, organizar a vida dos filhos. Mas também não quer largar a outra, porque é lá que o coração do homem está. O final do filme a gente já sabe: choro, briga e decepção. Filhos desapontados, advogados caros, anos de mágoa. Só o homem não viu esse filme.

O que o homem, se fosse homem mesmo, deveria fazer é o seguinte: ter coragem de olhar pra dentro dele e decidir o que quer. O que um homem de verdade faz é dizer não pra aventura, é entender que o amor vai e volta, é pensar nos filhos, na esposa e nas coisas que viveu junto por anos. Ou então, o que um homem de verdade faz é se separar antes de iniciar a aventura, tentar dar respeito e dignidade para todo mundo em volta dele. Vai, rapaz, se separa com papel passado, divisão de bens, tudo explicadinho para mulher e filhos, e então vai viver o que o coração diz. O correr da vida embrulha tudo, disse o Rosa. O que ela quer da gente é coragem.

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Mas o homem é bicho covarde. Que vergonha que me dá. Não tem coragem pra encarar o difícil da vida, torna tudo bagunçado. Acaba voltando para chorar no colo da mãe. Se a mãe é mãe mesmo, dá logo uns tapas na cabeça do filho: “Seja homem! Seja homem, meu filho”, ela diz. Tenha coragem de decidir, conversar, resolver, assumir e aceitar. Responda a tudo o que acontecer com bravura, respeito e virtude. Seja homem, meu filho! Seja homem!

O homem aprendeu errado. Acho que ser homem é ser malandro. Achou que era certo enganar os outros para conseguir o que quer. Pobre do homem que aprendeu errado! A covardia é a mãe da crueldade. É uma das avós da mágoa profunda. Um traço repetitivo no roteiro de um filme triste, no ar há muito tempo, com atores diferentes interpretando o mesmo papel, em reprise todos os dias. Pobre de quem tem por perto um homem covarde.

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