Existe um amplo debate sobre se celulares, videogames ou tablets fazem mal para criança. O que as pesquisas mostram é que sim, fazem: crianças não deveriam ter telas antes dos dois anos, não deveriam jogar videogame por mais de uma hora durante a infância, não deveriam ter redes sociais antes dos dezesseis anos. O argumento principal é que tecnologia tira da criança tempo de ter uma vida saudável: brincadeira na rua, exercícios, sono de qualidade, interações reais com amigos.
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Mas a questão principal é sobre meninas e redes sociais. Nos últimos anos, pesquisas mostram que depressão, solidão e suicídio disparam entre meninas que usam redes sociais. Estudos no mundo todo mostram isso e os próprios documentos vazados por uma funcionária do Instagram comprovam. Redes sociais fazem mal para meninas.
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Sei que parece papo de velho, como aqueles pais que diziam que o rock and roll e os Beatles fariam mal para a juventude. A diferença é que, se você perguntasse aos fãs dos Beatles se eles se sentiam mal depois de ouvir discos da banda, eles diriam que não. Mas quando você pergunta aos jovens se redes sociais são ruins pra eles mesmos, a resposta é sim. Automutilação entre meninas aumentaram 188% desde 2010. Suicídios aumentaram 134% entre meninas e 109% entre meninos. Uma pesquisa entre jovens perguntou qual o motivo do aumento de ansiedade e depressão entre jovens: 37% dos jovens respondeu que eram as redes sociais.
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Jovens que usam redes sociais têm menos capacidade de foco, sono de pior qualidade, menos tempo ocioso, que é bom para sedimentar aprendizados no cérebro. Fazem menos exercício, menos trabalho voluntário e saem menos com amigos. Sentem-se mais solitários, mais pressionados e mais expostos a conteúdos destrutivos, como suicídio, violências e automutilação.
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Minha filha de 10 anos não tem celular. Não temos videogame em casa. Minha filha de 18 não tem redes sociais. Não porque proibimos, mas porque conversamos. Nessas conversas minhas filhas foram entendendo, e percebendo os perigos das redes. Não é porque todos os jovens fazem que seu filho deveria fazer igual. Converse com ele a respeito.
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