Aconteceu essa semana, aquela coisa que amigos dizem sempre que farão um dia mas nunca fazem. Tiramos uma semana longe de casa para rever amigos. Passamos o sábado com o Fábio e a Lu, pais do Vitor. O domingo com o Bernardo e a Camila, pais da Nina. Na segunda, encontramos a Rafa, mãe do Joca. O Gustavo e a Ana, pais da Clarinha e da Ju. Alugamos um apartamento no centro, tomamos café da manhã com amigos, almoçamos com amigos, jantamos e bebemos vinho com amigos. Aquela promessa que os amigos fazem, “vamos marcar qualquer dia!”, nós cumprimos a promessa.
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Estamos em uma fase bonita da vida. Nossos amigos estão tendo filhos e levam seus pequenos para todo lado. No começo, filhos dos amigos são tímidos. Sem insistência, os conquistamos. Ao perceberem que seus pais gostam de nós, passam da timidez para a curiosidade. Começam a olhar nosso rosto, prestar atenção no que falamos. Começam a chamar nosso olhar.
Uma colher é batucada em cima da mesa. Um canudinho começa a ser sacudido no ar. Um sachê de sal é jogado no chão. Tudo para que nós, os amigos dos pais da criança, o percebemos. É uma segunda chance de nos conhecermos.
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A partir daí uma eloquente conversa se encaminha. Crianças falam de tudo, podemos interagir por horas. Tudo vira uma brincadeira. Um copo de plástico vira uma luneta. Duas batatas fritas viram dentes enormes de vampiro. Um guardanapo amassado vira uma bola de futebol, nossos dedos viram jogadores de times opostos. Brincamos com Vitor, Nina, Joca, os filhos dos nossos amigos, por deliciosos minutos, talvez horas. São todos tão cheios de ideias, alegria e vida. Tão inocentes e ao mesmo tempo tão espertos. Não entendo como pode haver gente que não gosta de criança. Quando os adultos voltam a conversar, a criança pega o rosto do pai e o traz de volta pra ele. Olhem pra mim, adultos. Estava ótimo interagir com vocês.
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Sinto como se fosse pai de coração dos filhos dos meus amigos. Os vi nascer, acompanho seu crescimento. Cuidarei deles sempre que seus pais não puderem. Correrei para pegá-los na creche, lerei livros com eles, ajudarei a niná-los. Acho que amigos de verdade são assim. Tentam amar filhos dos amigos como se fossem seus. Tentam rever os amigos como se fosse algo inadiável. Ao invés de repetir “vamos nos encontrar qualquer dia!”, decidem fazem isso acontecer.
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