Obrigado pelos sábados de manhã com sol. Obrigado pelos abraços de bom dia. Obrigado pelas frutas doces que a gente come e fecha os olhos. Obrigado pelo chá de camomila. Obrigado pelos apartamentos com face norte que pegam sol todos os dias do inverno. Obrigado pelos arquitetos que se preocupam com a orientação solar dos apartamentos. Obrigado pelas plantas que crescem só com terra, água e sol e depois de algumas semanas (milagre!) viram comida. Obrigado por esse vento gelado que viajou não sei quantos quilômetros pra chegar aqui. Obrigado pela padaria da esquina e seu cheiro de pão novinho. Obrigado pelos vizinhos que não fazem barulho depois das dez.
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Obrigado por um dia inteiro sem pensar em trabalho. Obrigado por poder escrever um texto que é publicado no jornal e chega até uma pessoa que não conheço. Obrigado pelas reuniões canceladas. Obrigado pelas tardes livres. Obrigado pelos aplicativos de meditação. Obrigado pelas pessoas que gravam meditações guiadas de graça no YouTube. Obrigado pela generosidade que as pessoas têm. Obrigado pelas pessoas que acham que mudam o mundo toda vez que se esforçam para serem gentis, pois elas mudam mesmo. Obrigado pela mandioquinha. Obrigado pelo delicioso coentro. Obrigado pela feira orgânica toda quinta-feira na rua do lado. Obrigado ao amigo que me mostrou um café artesanal pela primeira vez, e achei uma porcaria, agora gosto.
Obrigado pelos amigos que estão disponíveis, pois amizade é isso: estar disponível. Obrigado por eu poder estar disponível para alguns amigos quando eles precisam. Obrigado pelos amigos que têm coragem de pedir ajuda. Obrigado pelos pais que estão agora ensinando os filhos sobre ser bom. Obrigado pela rua estar tranquila. Obrigado pelas pracinhas do bairro e pelas pessoas que adotaram aquele terreno baldio e fizeram ali uma horta comunitária. Obrigado pelas pessoas que fazem as coisas sem esperar nada em troca.
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Obrigado pelos livros que os amigos indicam, emprestam, enviam pelo correio. Obrigado pela pilha de livros que talvez a gente nunca vá ler. Obrigado pelos chips que a gente coloca no parabrisa do carro e não precisa parar nos pedágios da estrada. Obrigado pelas casas afastadas de tudo que a gente pode alugar no Airbnb. Obrigado pela filha adolescente. Obrigado pela filha criança. Obrigado pelos balanços pendurados nas árvores. Obrigado pela água de côco, mais uma dessas coisas fantásticas da natureza. Obrigado pelo caldo de cana. Obrigado pela kombucha e pelo suco verde. Obrigado pelos bolinhos da vovó. Obrigado pelas avós existirem, em geral. Obrigado pelos filhos que ligam pra mães. Obrigado por existir tanto amor no mundo, tanto amor espalhado por lugares que a gente não consegue enxergar.
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