Neste começo de ano, já foram a rematrícula, os novos materiais escolares, uniformes que caibam nas crianças sem deixar a barriga aparecendo, como estava acontecendo no final do ano passado. Separei uma grana para o lanche, comprei uma mochila nova depois de um ano ouvindo lamúrias. Falta o transporte escolar, o livro de inglês que ainda não chegou, as aulas extras que a pequena quer fazer. Está caríssimo ser pai.
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Multiplique esses gastos todos, mais presentes de Natal e os desejos da adolescência, por cerca de 20 e poucos anos em que elas viverão comigo e teremos calculado o custo de ter filhos, que deve ser de alguns milhões de reais, e não estou colocando aí nenhum casamento chique, nem os gastos com a lataria do meu carro, nos primeiros anos aprendendo a dirigir.
São milhões de reais que estou investindo para ser acordado de madrugada porque as meninas estão com medo do escuro. Estou pagando para pegar trânsito na saída da escola. Estou pagando caro para ver apresentações desordenadas de final de ano. Estou pagando por desenhos feitos só com uma cor, onde apareço sem nariz.
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Estou pagando esta dinheirama para ser chamado de herói quando mato uma barata. Estou pagando essa pequena fortuna para pegar a bola que caiu no terreno do vizinho e ser aplaudido pelas pequenas. Estou pagando para saber tudo, sobre todas as coisas, e ter respostas para todas as perguntas. Estou pagando até barato por isso.
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Estou pagando uma pechincha por abraços carinhosos. Cada abraço de uma menina de três anos me economiza uma fortuna que eu gastaria com psiquiatras. Cada beijo de boa noite me alivia a conta do cardiologista. Cada “eu te amo” me afasta do hospital.
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É um achado o que estou pagando por tudo isso. Que sorte ter achado essa barbada. Que pechincha maravilhosa essa de ser pai.
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