Acena se repete toda vez que vamos a um restaurante com amigos: no momento da conta, os homens pegam a pequena capinha de couro preto portando a conta, e começa uma disputa patética para ver quem conseguirá pagar a despesa. Inicia, então, uma discussão enfadonha do tipo “mas tomei uma caipirinha a mais, deixa que pago mais, deixa que pago tudo e você paga a próxima” e assim por diante. É um teatrinho que aos garçons deve soar exaustivo, toda noite a mesma coisa, dezenas de machos tentando provar que têm capacidade financeira, recursos suficientes para pagar a conta. Este teatro me cansa. Faz pouco tempo decidi apenas aceitar o que os generosos amigos decidem. Digo: “tá bom”.
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E quando você pergunta o que precisa levar no churrasco na casa de um amigo? A resposta é “Nada! Está tudo certo”. E quando tenta lavar a louça na casa dos outros? “Deixa a louça aí que depois a gente cuida”. E quando um filho pega o brinquedo de outra criança na festa? Começa, então, uma interminável discussão entre as duas mães, ambas defendendo o filho da outra. “Pode pegar, ele nem estava brincando” e “Não, imagina, ele nem pediu emprestado, não pode pegar assim, devolve” e assim por diante, enquanto as duas crianças choram desesperadas. Se as mães não tivessem se intrometido, os pequenos teriam rapidamente se entendido.
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Benditas duas palavras que aprendi depois de velho: “tá bom”. Deixa assim, como você quiser. Se eles dizem que vão pagar a conta e eu pago na próxima, “tá bom”. Se dizem que não precisa levar nada no churrasco, nem lavar a louça, se querem demonstrar carinho dessa maneira, não vou ficar entrando em discussões demoradas, digo apenas “tá bom”. Entre amigos, menos educação, por favor.
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Percebo o semblante satisfeito no rosto de quem paga a conta, evita que eu lave louça, proíbe o filho de pegar brinquedos da minha filha sem pedir permissão. Eles ficam felizes e realizados. Se essa é a forma deles demonstrar carinho por mim, minha forma de demonstrar afeto por eles é dizer: “tá bom”. Como você preferir. Lavo a louça feliz se quiserem, mas se não quiserem não lavo. Pago a conta alegremente, mas se quiser pagar sinta-se à vontade. Não precisa levar nada no churrasco? Ótimo!
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Vamos aproveitar, conversar, não perder tempo com teatrinhos bobos. Dessa forma, todos ganham. Entre amigos, menos educação. Por favor.
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