O perigo de fazer um texto sobre o Dia Internacional da Mulher é cair nos dois maiores clichês das homenagens: soar cafona demais, ou então, sabichão demais. Do lado cafona estão os que dão flores às colegas, postam fotos da mãe, dizem que a esposa o torna um homem melhor todos os dias (frase que tem muitas camadas de machismo, apesar de ser uma verdade na maioria dos casamentos). Do lado sabichão estão aqueles textos que falam de como as mulheres sofrem injustiças e absurdos e sobre como deveríamos ser homens melhores. Este texto abraçará sem vergonha ambos os clichês.

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Minha mulher me torna um homem melhor. Esta é mais uma injustiça que ela sofre (ter que me educar sobre a equidade de gênero), mas foi por causa da Ana que entendi que está nas minhas mãos dar mais ou menos respeito para todas as mulheres. Depois de ter filhas entendi que todas as mulheres devem ser tratadas com o mesmo respeito que tenho pelas minhas meninas (são todas filhas de alguém). Criado por uma mãe solo, aprendi a respeitar a força das mães solteiras e perceber o terrível problema do abandono paterno.

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O que pode realmente fazer um homem no Dia da Mulher? Usar esse dia como um recomeço.

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Não fazer piadas ou comentários que diminuam uma mulher. Sair dos grupos de WhatsApp que mandam pornografia. Criticar amigos que tratam mal as mulheres. Lutar ao lado de mulheres para que tenham mais direitos na maternidade, o grande evento causador de gap salarial. Tratar bem as mulheres sem segundas intenções. Ser o que todos deveríamos ser: bons pais, bons empregadores, bons maridos, boas pessoas.

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A única forma de transformar o 8 de março em uma data significativa é usá-la para se transformar. De piadas, desrespeitos e injustiças nossas mães, esposas, filhas, amigas e irmãs já estão cheias. Mesmo que seja um desejo cafona ou sabichão demais, que todo 8 de março seja uma lembrança de como nós, homens, podemos melhorar.

Dia da Mulher. E eu, com isso?

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