A sociedade está fragmentada, ninguém confia em ninguém, notícias falsas dominam as redes sociais, o mundo está em crise. Guerras explodem ao redor do mundo, a inflação se espalha, o aquecimento global é irreversível, a Amazônia pega fogo, as mudanças climáticas chegaram no ponto de “não retorno”. Os políticos são cada vez mais populistas e cada vez mais corruptos, as desigualdades aumentam, a fome e as pandemias se intensificam.

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Deveríamos ter filhos em um mundo com perspectivas tão terríveis?

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Algumas pessoas consideram egoísta uma pessoa que tem filhos neste tempo de incertezas. Uma criança sofrerá com todas as mazelas deste futuro previsivelmente sinistro. Além disso, em um mundo de escassez, esta criança apenas será mais um fardo para o meio ambiente, arrancando da Terra recursos preciosos. Para alguns, é imoral ter filhos hoje em dia.

Pois bem, vamos olhar para o mundo no passado. Em 1950, a taxa média mundial de mortalidade infantil era acima de 20%. A cada cinco crianças que nasciam, uma morria. Seria, portanto, imoral ter filhos naquela época? Nossos pais não teriam nascido. Em 1970, mais de 35% da população mundial passava fome ou tinha uma dieta insuficiente. Colocar uma criança naquele mundo seria justo?

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Todos os índices de desnutrição e mortalidade infantil despencaram nos últimos anos. Todos os índices de desenvolvimento humano aumentaram. Nunca tivemos tão poucas guerras, doenças tão controladas, nunca vivemos tanto e nunca as crianças foram tão saudáveis. Sei que tudo isso parece mentira, mas é a mais pura verdade. Só não aparece nos jornais.

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O mundo está melhor e crianças deixam esse mundo melhor ainda. Crianças serão sempre bem-vindas, desde que nós adultos estejamos dispostos a cuidá-las bem. Ninguém é egoísta simplesmente por ter filhos, mas quando os temos e não os cuidamos bem.

Deveríamos ter filhos em um mundo terrível?

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