Você está no restaurante, todos fazem os pedidos, um pede cerveja, outro vinho, outro suco e você quer apenas uma água. É então que o garçom, experiente com tantas idas e vindas causada por este confuso item do cardápio, pergunta: “Com ou sem gás?”.
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Alguns podem achar assunto pequeno e bobo, mas, como dizem os alemães, o diabo mora nos detalhes. Este detalhe específico, que passa despercebido por milhares de brasileiros, me parece ser causador de imensa perda de produtividade e bem-estar entre nossos compatriotas. Garanto que, entre tanto “com ou sem?”, o país perde bilhões de dólares.
É possível pesquisar informalmente e descobrir que cerca de 99,99% dos pedidos de água são sem gás. Portanto, por causa de 0,01% dos pedidos, todos os pedintes de água precisam responder a abjeta pergunta “com ou sem?”. Além disso, quantas vezes uma água sem gás foi pedida e uma água com gás foi entregue? Quanta água foi desperdiçada neste processo?
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Peço que o leitor responda sinceramente. Quantas vezes uma água com gás foi pega por engano na loja de conveniência do posto de gasolina? Quantas vezes, no frigobar do hotel, águas com gás e águas sem gás se apresentaram em igual número, apesar das primeiras seres desproporcionalmente menos consumidas? Quantos hóspedes abriram uma água com gás esperando que fosse sem? Quantas garrafinhas transbordaram de madrugada nos hotéis deste país, molhando roupas, chão, roupas de cama desnecessariamente?
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Este não é um texto contra a água com gás. A água gaseificada tem valor. Queremos que ela continue aplacando nossa ressaca, refrescando-nos com limão e gelo, servindo como ótima substituta para momentos em que não podemos consumir bebida alcóolica. O que estamos propondo é que a água com gás seja colocada no seu lugar, cerca de um milésimo do tamanho da água sem gás. Que tenha outro nome! Podemos chamá-la de gasosa, carbonatada ou suco de bolinha, como minha filha chamava, quando era pequena. Mas não de água! Que pare de confundir garçons, clientes, hotéis e restaurantes.
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Queremos que ela encontre seu lugar fora do mundo das águas. Que ela entenda sua importância, mas em um patamar infinitamente menor do que a água sem gás, a qual consideraremos apenas água. Sem confusão. Sem perda de tempo com perguntas desnecessárias. Sem explosão de gás e líquido na roupa de clientes desavisados. Para um país melhor e mais feliz!
Vamos juntos!
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