Se as estatísticas estiverem certas devo estar no meio do tempo que tenho por aqui. Minha testa cada vez maior. Talvez por tudo isso, começo a entender por que o mundo é assim. É porque nós, velhos, temos preguiça de mudar as coisas. Você vai ficando velho e vai percebendo o valor do final de semana. O “eu” jovem trabalharia sete dias por semana e sairia com amigos todos os sete dias para beber incontáveis cervejas. Diferente deste senhor aqui, que escreve essas linhas. Este aqui não consegue tomar duas latinhas sem acordar com azia no dia seguinte.
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Você nota que está velho quando começa a repetir o restaurante. Jovens querem sempre um lugar novo. Você vai ficando velho e vai gostando de um estabelecimento (velhos usam a palavra estabelecimento), da comida que é sempre confiável, daquele garçom que já sabe que a caipirinha não pode ter tanto açúcar. Quando você vê, ficou velho. Todo domingo está no mesmo restaurante.
Fiquei velho no momento que lançaram o TikTok. Aquele negócio não tem botão nenhum, não explica pra gente como usar, apenas começa a mostrar vídeos barulhentos. Fiquei mais velho ainda quando o WhatsApp possibilitou mandar fotos que só podem ser vistas uma vez. Que terror é, para um velho, uma mensagem que desaparece em cinco segundos. Não dá tempo de pegar os óculos.
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Sou da época dos botões. Botões tornam tudo mais fácil. Olhem quantos ótimos botões temos em nossa volta. Botão do interfone, botão para abrir a janela do carro, botão para sair água do bebedouro, botão do controle de abrir o portão de casa. Até para abrir a porta do banco substituíram a maçaneta por um botão. Por isso, nós velhos adoramos ir ao banco.
Mas andaram substituindo os botões por sensores de movimento. O horror! Você tem que ficar se balançando na frente da máquina para que o papel saia. Tem que agitar os braços na frente da porta que abre automaticamente na farmácia. Sensores de movimento, além de nunca funcionarem, fazem a gente parecer um idiota. Esses dias, em um prédio comercial, entrei em um elevador que não tinha nenhum botão: ele sabia o andar que você queria ir. Imaginem-me desesperado, com a sensação de estar sendo sequestrado pelo elevador.
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A alma de um senhor já está calma, quer apenas mais do mesmo. São os jovens que querem mudar tudo, fazer o mundo andar pra frente. Dou graças pelos jovens e sua coragem, sua vontade de explorar o mundo e mudar aquilo que não está bom.
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Nós, os mais velhos, devemos apoiá-los. Só não mexam com meus estabelecimentos favoritos.
Confira uma série de vídeos com imagens para inspirar:
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