Alguém me avisou no Instagram: estão compartilhando seu texto sem dar o crédito! “Oh, não”, pensei. Outro contou que copiaram, trocando uma ou duas palavras, um vídeo que eu tinha feito há dois anos. “Tem uma frase sua creditada como de outro palestrante”, me mandaram por DM. “Estão compartilhando texto seu como se fosse de outra pessoa”, disse outro. De cara, penso em jogar tudo pro alto, processar esses safados, exigir que se redimam, um por um.

Continua depois da publicidade

Então, respiro fundo e lembro que tudo que eu escrevo é pra tornar a vida das pessoas melhor. Se tem meu nome ou não, é o de menos. Respondo as mensagens: “Queridos, deixa espalhar. Essas coisas não são nossas, essas coisas são de todo mundo que quiser pegar pra si”. As pessoas não entendem esse desprendimento, por vezes nem eu mesmo entendo, mas a vida é assim. Nada é de ninguém, as coisas estão passando por nós.

Existe essa coisa mágica que é organizar pequenos símbolos um atrás do outro, essas letrinhas que juntas vão dizendo coisas e, principalmente, vão fazendo as pessoas sentirem coisas. Toda vez que eu organizo esses simbolozinhos assim, um depois do outro, faço pensando em mudar a vida das pessoas pra melhor. Quero que elas pensem com mais carinho nos filhos, nos pais, no marido, na mulher, que elas pensem com mais carinho nelas mesmas. Se você parar pra pensar, é uma magia: eu, aqui, escrevendo no meu sofá; você aí, lendo isso no seu lugar, e sentindo como se eu falasse com você.

> Juliette fez aumentar em 40% a venda de vinhos catarinenses que levam seu nome

Se alguém pega essa organização que eu fiz e diz “eu que organizei!”, acho meio sacanagem, mas também elogio. Gostaram, disseram “também quero dizer isso!” e publicaram, com tanto carinho pelo texto que até assinaram. De alguma forma, espalham minha tentativa de fazer os outros pensarem com mais carinho nos filhos, nos pais, no marido, na mulher, de fazer mais pessoas pensarem com mais carinho nelas mesmas. O crédito fica em segundo plano. Acho até o seguinte: vai que tem alguém que não gosta de mim, jamais me leria, mas adora aquela outra pessoa e concorda com tudo o que ela escreve. Melhor que a mensagem venha dela, não de mim.

Continua depois da publicidade

Escrevo pra melhorar a vida dos outros. Se alguém espalha, copia ou imita, de alguma forma também se une ao objetivo. Suponho que, quando escrevemos para os outros, não pra nós mesmos, quando organizamos as letras para que melhorem a vida dos outros, não há nada que possam nos roubar.

> Receba as principais notícias de Santa Catarina no WhatsApp