Aurora foi a menina que eu insisti em ter. Anita veio de surpresa, primeira filha, a recebi de braços abertos e completamente perdido. Aurora, decidi que queria. Insisti com minha esposa. Cortejei-a. Acreditamos que foi depois de algumas taças de vinho com amigos em um sushi. Depois de um tempo, eu disse: “Estás grávida!”. Ana disse que não, que conhecia o próprio corpo. Estava.

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Ela, então fez um teste místico para descobrir o gênero do bebê. Deu que seria um menino. Eu disse: “Não, é uma menina. É a Aurora”. Novamente, ela disse que conhecia o próprio corpo, que era um menino. Veio minha filha. A menina que eu quis ardentemente.

Revi agora o vídeo do nascimento dela. Faz 11 anos hoje. Ela já veio com o nariz e a bochecha que tem hoje. Chorava, eu a consolava. Sempre foi apegada a mim. Sempre carinhosa e doce. Sempre generosa. Não conheço ninguém que tenha um coração tão bom. Me ensina tanto.

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Perguntei se ela se lembra o que fez em cada aniversário. “Cinema e festa em casa!”, ela disse feliz. Todo ano, um filme no cinema e uma festa simples em casa. Revimos os vídeos de todos os anos. Sempre um bolinho feito em casa, uns amiguinhos ao redor. Perguntei: “E você se lembra de algum presente que ganhou em algum aniversário?”. Ela pensou, pensou. Não, ela não lembra. As crianças se lembram das festinhas, dos amigos, das brincadeiras e dos beijos que recebem. Os presentes, que queriam tanto tanto tanto naquele ano, esquecem totalmente alguns meses depois.

Ela, então, me perguntou: “E você, pai, sabe o que faço todos os anos?”. Cinema e festa em casa, respondi. “Não, o que faço antes de soprar as velas”, ela disse. Um pedido. Um pedido que ela sempre me conta. Um mesmo pedido que ela faz todos os anos antes de soprar as velas. Porém, me desculpem, não posso contar pra vocês, porque dizem que se a gente conta não se realiza.

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Só posso dizer que está funcionando. Há onze anos, está funcionando maravilhosamente bem.

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