No último fim de semana assisti a primeira versão do filme Papai é Pop. Gente, que emoção. Quando, em 2018, me ligaram querendo fazer um filme sobre meu livro, gelei. Eram as minhas histórias, as minhas filhas, minha esposa, minha falta de pai, a história da minha mãe solo. Será que posso entregar essas histórias pra outras pessoas? O que essas pessoas vão fazer com as minhas coisas mais preciosas?
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Só que essas histórias já não eram minhas, desde quando lancei o livro. O livro foi se transformando em outra coisa, diferente do que estava escrito. Virou presente de Dia dos Pais, virou manual, álbum de família, virou a história de outros filhos de mãe solo, de outras famílias em formação, virou as histórias de vocês, você aí que está lendo esse texto.
Pensei: “vamos ver como eles vão contar essa história no cinema”. E quando vi me peguei chorando e, ao mesmo tempo, gargalhando e batendo palma sozinho na sala, de fone de ouvido na frente da tela do computador. Minha esposa sem entender nada. Lázaro Ramos e Paolla Oliveira e Elisa Lucinda brilhando demais, monumentais, inesquecíveis. Pensei: será que as pessoas vão gostar do filme? Será que eu gostei porque estou envolvido? Será que eu tô gostando por vaidade? Será que eu tô chorando porque é a minha história? Será que é a história de todo mundo?
Fiz uma pequena participação nas filmagens, e quando estava me despedindo de todos a figurinista me disse: “esse filme tá lindo. O astral das pessoas tava ótimo, o clima entre a equipe foi fantástico. Quando isso acontece, geralmente, o filme fica lindo”. Bobo, perguntei: “você acha então que vai fazer sucesso?” e, na hora, ela me olhou feio. Entendi que era uma pergunta mesquinha. “Sucesso não sei, meu filho. Isso é impossível de prever. Tô falando de fazer um filme bonito”.
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Eu chorei e ri, me vi na tela, mas não porque é a minha história. Essa história não é minha, essa história é nossa. Nossos desencontros, nossos pais batalhadores, nossas mães incríveis, nossos filhos que já temos e os filhos que vão vir de supresa. Pais em transformação e famílias que renascem. Nossa história. Vamos ser nós na tela, vamos ser nós no cinema. Assim que tiver data de lançamento aviso aqui, pra gente se assistir junto.
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