Desde que minhas filhas eram pequenas, passamos o Réveillon na praia – a mesma praia todos os anos, a praia onde passei meus verões de criança, onde cresceram também minhas filhas, rodeadas de tatuíras, gaivotas e águas vivas. Todo Réveillon acontece o mesmo: jantamos, vemos um filme, minha esposa dorme, e vamos pra praia ver os fogos.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp
Ao nosso redor, as pessoas estão de branco, com suas garrafas de espumante, algumas jogam flores no mar, outras pulam ondas. Perto da meia noite, contagem regressiva, estouram os fogos, Feliz Ano Novo. Na caminhada de volta pra casa dizemos “feliz ano novo” para todas as pessoas, que geralmente respondem. Os que não respondem sabemos de onde são.
Mega da Virada 2022: o que dá para comprar com o prêmio?
Júlio César, que era de Roma, inventou o 1º de janeiro. Antes disso, o ano começava em março. Daí os nomes setembro (sétimo mês), outubro, novembro e dezembro (mês dez, o último). Povos diferentes comemoravam o ano novo em momentos diferentes. Ainda hoje, bilhões de muçulmanos, chineses e milhões de judeus comemoram o ano novo em datas diferentes. O ano novo é, portanto, uma imaginação.
Continua depois da publicidade
SC tem mais de 7 mil vagas de emprego abertas; veja em quais cidades
Portanto, me intriga. No fim do ano estamos cansados. Dia 31 de dezembro, gritamos “vai embora ano velho”, xô exaustão. Depois da virada, dia 1º de janeiro, estamos renovados. Prontos pra mais um. Sorridentes. Dispostos. Mas o 1º de janeiro não existe. É uma invenção. É um acordo que fazemos com nós mesmos.
Leia outras colunas de Marcos Piangers
Dia 1º de janeiro acordamos. Vamos à praia. Contamos para a minha esposa como foi a virada. Brincamos o dia todo. No dia 2 de janeiro, repetimos. É assim por diante. De noite, antes de dormir, exaustos. De manhã, renovados. Todo dia é um pequeno Réveillon.
Leia também:
VÍDEO: Pessoas ignoram corpo de caminhoneiro na BR-470 para saquear carga de cerveja
Conheça a história da beata catarinense que pode se tornar a primeira santa de SC
População de SC é a 3ª que mais cresceu no país, segundo IBGE