Talvez você ache que, com a intervenção federal no Rio, a primeira desde a nova Constituição, o presidente Michel Temer queira mostrar que manda.

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Errou.

Ele não deseja admitir que não.

Quer parecer que sim e, com isso, ganhar um percentual maior nas pesquisas que serão divulgadas quase semanalmente.

De um lado, aquieta militares inquietos, que tendiam a Bolsonaro. Os militares passam a gostar de Temer. É possível que Temer aprove um aumento a eles.

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De outro, Temer diz ser o homem que vai solucionar a segurança pública no Brasil. Mas, se não der certo, bem, chamei os militares, que se expliquem.

O comandante do Exército se chama general Eduardo Villas Bôas. Ele tem uma doença degenerativa. Todos podemos ter.

Mas o general que comanda todas as tropas do Brasil tem de pedir, diante disso, para ir à reserva. Temer pediu que ele ficasse. Temer quis que ele ficasse. Era a mosca azul. Ele vai ficar. Porque está fragilizado (ou porque gosta do poder, o que só ele pode responder).

Temer frita um general, vale-se de sua fragilidade para impor uma suposta ordem. Usa os militares para angariar apoio.

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Voltando ao título: Temer deu aumento aos milicos, deu a intervenção federal a eles e, como bom (mau, bom, mau etc) político, usará a seu favor o resultado que venha. Também conhecido, quando, dá certo, como “eu que fiz”, e, quando não dá, “cara de paisagem”.

E você acha que o Peninha, dando tiro, é esperto.

Missão no Rio e no Brasil

E essa agora? Diz-se que a intervenção federal no Rio é o capítulo primeiro para a intervenção federal no Brasil. Até porque o Exército não vai conter facções se não souber de onde vêm as armas, as pessoas e as ordens. É o plano Temer 2018. Tá escrito lá em cima, foi só pra você lembrar de ler.

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