Ando recebendo muitos e-mails de professores da rede municipal me convidando para assistir a suas aulas e criticando a defesa que fiz do projeto das organizações sociais (OS) para creches. Não conseguirei ir a todas as aulas. Mas queria ir a alguma. Porém, como disse na coluna, tem de ser a de algum professor que estivesse naquela manifestação na Câmara, durante uma greve considerada ilegal pela Justiça. Nada justifica o gás lacrimogêneo. Mas, antes disso, alguns professores (imagino que fossem) dançavam em provocação a policiais parados.
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Posso ir também (e gostaria) nas aulas de quem encabeçou a passeata desta terça-feira (25). Tenho dúvidas sobre o que ensinam em sala de aula. Se forem servidores de creche, tenho mais dúvidas ainda.
Sobre Greves
Uma rápida busca no YouTube usando os termos em inglês (perceba, em inglês) “greve”, “violência”, “professores” exibe resultados de greves violentas de professores… no Brasil. Se você tira o termo “violência”, aí a maioria de resultados é de greves legais (perceba: legais) nos Estados Unidos.
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Não devemos nem queremos ser os Estados Unidos ou outro país. Mas por que tanta violência aqui?
Leia também: O que aconteceu na Câmara?
A propósito
Entre as centenas de mensagens que recebi (o que mostra a mobilização do sindicato), uma veio de uma professora de educação física. Ela escreveu:
“Sou professora de educação física, efetiva, na prefeitura de Florianópolis. Estou na greve, lutando pelo direito de todos e todas. A saúde e a educação pública, gratuita e de qualidade. Trabalho em duas creches municipais, e venho convidá-lo para me acompanhar no meu trabalho, assim que o seu querido prefeito abrir as negociações e nossa greve acabar.”
Breve parêntese: professora, a greve é ilegal.
Retomando:
“Veja bem, não vale chegar lá no meio da manhã ou da tarde e ficar 1 ou 2 horinhas. Tem que me encontrar na frente da minha casa, pegar os ônibus comigo, fazer a jornada inteira até o final do dia e voltar de ônibus também.(…)
O email segue, Ela termina:
“No aguardo do seu retorno.”
Retornei, mas ela não me respondeu.
A professora de Educação física que me escreveu tem jornada de 40 horas semanais, com admissão em 9 de fevereiro de 2015. Atua 20 horas na Creche Ilha Continente e 20 horas no NEI Zilda Arns Neumann. Recém saiu do estágio probatório. Nos últimos três anos teve 29 dias de afastamento para tratamento de saúde. E ficou 48 dias em greve.
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Professora, quando sair da greve ilegal, terei prazer em acompanhá-la.
Arquitetura
Entidades ligadas à arquitetura e urbanismo de Santa Catarina estão mobilizadas para derrubar projeto de lei do deputado Ricardo Izar (PP/SP) que retira destes profissionais a exclusividade do exercício do projeto de arquitetura. Para Tatiana Filomeno, presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura – seccional SC (AsBea/SC), a medida é descabida. “Quem mais poderia ser mais apto a projetos desta natureza que os profissionais habilitados e reconhecidos por lei?”, pergunta.