O título da coluna faz menção há um texto publicado há um mês, neste espaço. Leia-o, novamente, aqui. Mas não é necessário para entender a história a seguir.

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O ministro da Secretaria do Governo se chama Carlos Marun.

É gaúcho.

Thales Campelo é empreiteiro.

É gaúcho.

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A Fundação de Assistência Social (Fucas) é privada, teve origem em recursos públicos e hoje atende crianças e adolescentes do Morro da Caixa.

É catarinense.

O que tudo isso tem a ver?

Vamos lá.

A Fucas, com o dinheiro de origem pública que a constituiu, aportou mais de R$ 20 milhões em uma construtora chamada Brasc. A Brasc está em nome de Augusto Campelo, filho de Thales, mas é Thales quem responde pela empresa, informalmente.

A Brasc está quebrando.

Nenhum empreendimento que ergueu com o dinheiro da Fucas ficou pronto.

Thales está em lugar incerto.

Além da Fucas, ele tentou erguer os empreendimentos com dinheiro de outras pessoas, que hoje esperam receber seus apartamentos.Uma das construções fica em Palhoça. Chama-se Vila Verona 2 e está inscrita para o programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.
 

As obras não vão continuar, porque não há verba da construtora.

O escritório da Brasc ficava em Jurerê. Foi fechado e reaberto no Estreito. Mas ninguém aparece por lá.

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Em conversa com um credor, Thales diz o seguinte:

— Vamos fazer uma readequação da nossa conta. Vamos substituir esse por esse e vambora!

Aí ele continua:

— Deixa eu te falar uma coisa só pra tu entender, só pra tu entender o nível de conversa. Nesse meio tempo eu tenho conversado direto com um deputado que é um dos braços direitos do governo atual.

Segue a fala de Thales:

— É o Carlos Marun (atual ministro da Secretaria do Governo). O Marun foi meu colega no Colégio Militar (de Porto Alegre), foi meu sócio na construtora. E eu botei o Ademir junto com o Marun. E o Ademir está assumindo um fundo da Caixa Econômica de R$ 120 milhões, dos quais têm R$ 70 milhões de liquidez. E é tudo pras nossas obras!

Thales diz ainda que “o que era um negócio pequeno ficou grande”.

Ficou grande também para o Ministério Público investigar.


Contrapontos:

Thales Campelo: não atendeu

Campelo: não atendeu

Carlos Marun: feito o contato com a assessoria, o ministro não deu resposta.

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