Parte 1: Desde 2014, a diretoria da Fundação Catarinense de Assistência Social (Fucas) sacou mais de R$ 40 milhões de um fundo que administra, destinando ao menos R$ 20 milhões para uma aplicação que fez água: um conjunto de prédios cujas obras estão paradas em Joinville, Palhoça e Biguaçu.

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Parte 2: Em seu site, a Fucas diz que sua missão é "realizar e fomentar a inclusão social para a formação de cidadãos autônomos". E que sua visão é "ser referência em inclusão social, com sustentabilidade, até 2018".

Parte 3: Os funcionários da Fucas estão com três salários atrasados. Os programas assistenciais tiveram cortes e as crianças e adolescentes atendidos no Morro da Caixa, na Capital, não têm mais alimentação.

Parte 4: A Fucas diz que não é obrigação dela oferecer a alimentação que antes oferecia.

Parte 5: Para dar conta de pagar os atrasados, o conselho de curadores da Fucas aprovou ontem a venda de um imóvel em Jurerê que aluga ao Bradesco. Há um interessado em adquiri-lo por mais de R$ 4 milhões, com os quais a Fucas pretende pagar funcionários e manter os programas assistenciais.

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Por que a Fucas, que é uma fundação de assistência social, tem perfil de investidor agressivo, em vez de conservador, optando por imóveis e fundos imobiliários, em vez de, digamos, renda fixa? Por que houve tantos saques de um fundo relativamente moderado para colocá-lo em outro de risco maior, que adquiriu imóveis de uma construtora cujo site está desativado?

A resposta e a solução podem estar com o Ministério Público Estadual, que é o responsável por velar a fundação e ainda não fez o que o título do texto sugere, baseado no famoso caso de Watergate: "Follow the money". Procurado, o MP-SC não quis se manifestar. Procurada, a Fucas disse que o MP-SC é quem deve apurar se houve algum tipo de "perda financeira" com os investimentos arriscados.

Confira as publicações de Marcelo Fleury no NSC Total