Afastado da função de presidente da Fundação Catarinense de Assistência Social (Fucas), Roberto Ulisses de Alencar aceitou dar sua versão sobre as irregularidades que fizeram o Ministério Público Estadual intervir na fundação:
Continua depois da publicidade
O senhor aparece em um documento como representante do fundo Camargue, que contratou a construtora Brasc para investir em imóveis que nunca ficaram prontos. A Fucas investiu nesse fundo e o senhor se tornou presidente da Fucas. Não havia conflito de interesse?
Jamais fui representante, sócio ou tive qualquer contrato firmado junto à Camargue. Não saí de nenhuma função para me tornar presidente da Fucas. Esclareço ainda que, frente ao exposto, não havia absolutamente nenhum conflito de interesses. Minha relação com a Camargue é absolutamente profissional, prestando serviços técnicos pontuais relativos à estruturação de fundos de investimentos. O documento em questão jamais me foi apresentado de modo que pudesse analisar e esclarecer do que se trata.
Como presidente da Fucas, o senhor seguiu investindo no fundo imobiliário. Isso é certo?
Os investimentos em fundos já faziam parte da carteira da Fundação desde o acordo realizado na ação civil pública que homologou a separação da Fucas da Casan, muito antes da minha posse como presidente. O que de fato ocorreu é que os fundos investidos, a partir de determinado momento, não mais contribuíram com os pagamentos das despesas da fundação por causa da queda verificada no segmento da construção civil, por conta da crise econômica do país.
Continua depois da publicidade
Por que, sob sua gestão, a Fucas fez investimentos arriscados, em vez de optar por renda fixa ou algo mais conservador?
Todos os investimentos realizados foram anteriores à minha posse como presidente. Porém, se os investimentos tivessem sido realizados de forma mais conservadora, ou seja, em renda fixa, a rentabilidade não seria suficiente para a manutenção das atividades da fundação.
O Ministério Público e os conselheiros decidiram colocar um novo administrador na Fucas. Entre outras coisas, ele vai investigar sua gestão. Como o senhor pretende se defender?
Pretendo me defender caso seja acusado. Ou seja, apenas na hipótese de denúncia do Ministério Público, o que não creio que deva ocorrer, uma vez que tenho a consciência tranquila quanto aos meus atos na presidência. Absolutamente nenhuma decisão que tomei foi com a intenção deliberada de causar qualquer espécie de dano. Aguardo ansioso a oportunidade de, em inquérito civil, poder explicar todos os detalhes que envolveram o meu mandato como presidente.
Continua depois da publicidade
Leia todas as publicações de Marcelo Fleury
Leia também:
Ação surpresa faz abordagem em área ocupada por moradores de rua em Florianópolis
Guarda-vidas encontram várias caravelas próximas da orla no Campeche