Não há registro público, mas um julgamento envolvendo o senador Dário Berger no Tribunal de Justiça (TJ) acabou em pancadaria verbal entre dois desembargadores.

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De um lado, o decano Pedro Abreu. De outro, Ronei Danielli.

Relator do caso, que envolvia divulgação de propaganda abusiva, Abreu votaria a favor de Dário. Porém, quatro colegas se opuseram ao voto do relator e condenaram o senador.

Mas o que chamou a atenção de quem estava presente foi a discussão entre Abreu e Danielli.

Em um determinado momento, Abreu se referiu a supostos créditos políticos de Danielli, dando a entender que ele já havia quitado a conta com quem o ajudou a ascender ao TJ.

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O clima ferveu.

Nem uma semana depois, o desembargador Pedro Abreu mudou de câmara, onde hoje julga sem a companhia de Danielli.

A história toda gira em torno das seguintes alternativas:

– Cumprimento do dever público
– Política
– Ambas as alternativas

Contrapontos:

Pedro Abreu: diz que Ronei Danielli é um desembargador brilhante e jamais o ofendeu. Mudou de câmara porque havia uma oportunidade.

Ronei Danielli: não atendeu.

Zero zero zero

“O sujeito sentado agora ao seu lado cheirou para acordar hoje de manhã; ou o motorista do ônibus que te leva pra casa porque quer fazer hora extra sem sentir dor na cervical. As pessoas mais próximas de você cheiram. Se não é seu pai ou sua mãe, se não é seu irmão, então é seu filho. Se não é seu filho, é seu chefe.”

Assim começa Zerozerozero (a cocaína mais pura), livro do jornalista italiano Roberto Saviano, jurado de morte pela máfia. Ao longo da narrativa, ele diz não acreditar em sucesso no combate à droga. Não há como vencer esta guerra, afirma. Saviano, que muda de endereço constantemente, conta:

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“Detenções, prisões e tribunais valem a metade da metade em relação ao perigo que pode ser gerado por conhecer os mecanismos, os fatos, por sentir essas histórias como próprias, vizinhas.”

 

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