O Brasil terá um presidente negro. Joaquim Barbosa, em um tweet, adiou a possibilidade.
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Mas o Brasil precisa de um presidente negro.
Não importa a economia, o Banco Central ou o Congresso. Importa um presidente negro no país mais racista do mundo. O resto se resolve.
O Brasil foi governado por uma mulher e um metalúrgico. Evoluiu.
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Falta um negro.
Um dia, vamos festejar um negro na Presidência. Multidões tomarão as ruas de Brasília.
Um negro!
O Brasil racista verá um negro ascender à Presidência.
Mas Joaquim Barbosa desistiu. Filiou-se ao PSB, um partido de origem socialista que namora com a direita e não sabe o que quer. Como ele, Joaquim.
Em um país de negros, não conseguiu sequer ser pré-candidato do partido, mesmo com dois dígitos nas pesquisas.
Por quê?
1 – Porque o Brasil é o país mais racista do mundo.
2 – Porque Joaquim Barbosa não sabe o que quer.
3 – Porque a política partidária está entranhada na alma do brasileiro.
Por partes.
1 – O Brasil é o país mais racista do mundo por uma única questão: entre os pobres, há mais negros. Não tem a ver com capitalismo ou socialismo. Se os pobres são negros há um problema. E a origem do problema é racial. Só o racismo explica o fato de os mais pobres serem negros.
2 – Barbosa foi frágil no tweet em que anunciou sua desistência, ontem. Deixou margem a dúvidas. Poderá ser vice? Pode concorrer ao Senado? Vai tentar a Câmara? Não disse. Deixou no ar. Como no ar ficaram suas ideias sobre tudo. Mas não fica sobre o valor que cobra para uma palestra. Se não fosse reticente, Joaquim Barbosa poderia ter redimido o Brasil, que um dia terá um presidente negro.
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3 – Ainda estamos acostumados com a política na prorrogação. Não sabemos quem vai concorrer a quê. Somos trouxas. Não exigimos que os políticos se posicionem. Daí eles não se posicionam. Você conta em uma mão os meses que faltam para eleger o governador de Santa Catarina. Mas não sabe quem vai concorrer. Como eu, você é trouxa. O PSB chegou à conclusão de que Joaquim não tem bons índices no Nordeste. Joaquim não sabe bem o que quer. A cúpula do PSB concluiu que ele não é conhecido no Nordeste, e o Nordeste é essencial para ganhar votos. Diante disso, Joaquim, que não se impõe, e o PSB, que não se impõe, desistiram de alçá-lo a uma candidatura.
O Brasil é feito de fracos.
Leia também: Tem limite de tolerância pra corrupção?
Joaquim
A desistência de Joaquim Barbosa, anunciada terça-feira (8) no Twitter, me dá a liberdade de falar sobre ele. Não sobre a parte pública, que todos conhecem.
Joaquim veio muito a Santa Catarina depois de deixar o Supremo Tribunal Federal (STF). Teve um relacionamento com uma catarinense. O namoro começou no Rio. Era Carnaval. Ele a viu e se encantou. Em vez de uma frase pronta, ofereceu-lhe os três volumes da biografia de Getúlio Vargas. Retraído, emociona-se com questões sociais e de pele. Um dia chorou, muito, ao assistir a este vídeo:
Nilo Peçanha
O Brasil nunca teve um presidente negro. De repente, houve quem resgatasse Nilo Peçanha da história para dizer que ele foi negro. Ele não se disse um. Nada mostrou que ele fosse. Então, veja o título principal da página. O Brasil não teve e ainda precisa de um presidente negro.
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