O Ministério Público Estadual vai recomendar uma intervenção na Fundação Catarinense de Assistência Social (Fucas). Em reunião na próxima sexta-feira com os conselheiros da fundação, o promotor Davi do Espírito Santo vai indicar o nome de um interventor para substituir o atual presidente, Roberto Ulisses de Alencar.
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Conforme revelado pela coluna na semana passada, a administração da fundação perdeu mais de R$ 20 milhões de um fundo destinado a manter programas sociais ao investir em imóveis cujas obras estão paradas há cerca de dois anos.
Por ser uma fundação, a Fucas é zelada pelo MP-SC, que pode propor uma intervenção ao encontrar indícios claros de irregularidades. Entre 2006 e 2014, a fundação já esteve sob intervenção.
Os funcionários da Fucas estão com três salários atrasados. Os programas assistenciais tiveram cortes e as crianças e adolescentes atendidos no Morro da Caixa, na Capital, não têm mais alimentação.
Para dar conta de pagar os atrasados, o conselho de curadores da Fucas aprovou na semana passada a venda de um imóvel em Jurerê que aluga ao Bradesco. Há um interessado em adquiri-lo por mais de R$ 4 milhões, com os quais a Fucas pretende pagar funcionários e manter os programas assistenciais.
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O mais grave, porém, parece ter sido a série de saques feita pela diretoria de um fundo que mantinha, destinando os recursos para investimentos arriscados no setor imobiliário. Em quatro anos, foram sacados cerca de R$ 35 milhões do fundo, dos quais mais de R$ 20 milhões tiveram, como destino final, uma série de imóveis em Joinville, Palhoça e Biguaçu, cujas obras estão paradas.
A reunião do MP-SC com o conselho de curadores da fundação está marcada para as 8h30min da próxima sexta-feira, na sede a OAB-SC, em Florianópolis.