Ao longo de uma semana, abordei a dificuldade por que passa a Fundação Catarinense de Assistência Social, a Fucas. Desde que foi criada, como Fundação Casan, a Fucas é motivo de controvérsia.
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Foi desconectada da Casan, passou por uma intervenção e viu seu patrimônio ser diluído nos últimos anos. A Fucas, hoje, se destina unicamente a atender jovens carentes, com alimentação, educação e esporte. Conta, para isso, com pouco mais de 30 funcionários CLT, outros tantos terceirizados e uma ajuda grande de voluntários.
Um desses voluntários, Tobias Alencastro, faz o seguinte relato:
“Sou filho de dois funcionários que dedicaram mais de uma década de suas vidas lutando duro por uma causa. Para meus pais e um pequeno núcleo dentro da Fucas, o objetivo maior não é apenas receber o salário no final do mês, mas proporcionar a uma parcela da sociedade negligenciada pelo Estado a mínima chance de um futuro melhor. Seja através de uma qualificação profissional, acesso ao esporte, a alguém para conversar ou apenas a um abraço carinhoso.
Em um ambiente onde a violência em suas variadas formas é a expressão mais comum no cotidiano, você ficaria impressionado em como apenas uma palavra carinhosa pode mudar a vida desses jovens.
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No segundo semestre de 2015, tive a oportunidade de servir à comunidade na Fucas como voluntário por 10 meses. Era um projeto que oferecia aulas de Jiu-Jitsu. Percebi, nesse período, como era rasa a ideia que eu mesmo tinha do impacto real do trabalho dos meus pais e de outros profissionais.
De longe, é realmente difícil compreender o dia a dia ali.
Em alguns momentos, questionei meu trabalho lá, diante da falta de reconhecimento. Mas ouvi de alguns que se dedicam de corpo e alma que lhes bastava saber, ao final do dia, que trabalharam por uma causa justa.
Apesar do trabalho silencioso, acredito que cada palavra de incentivo, cada abraço, cada sorriso, cada momento de lazer ou oportunidade oferecido aos jovens é um ato de violência a menos, no futuro, para a sociedade.”
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