O título desperta um bom sentimento.

Amor.

Você ama. Alguém ou algo. Provavelmente, você se lembrou de alguém ou algo.

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Mais ainda numa segunda, que começa feliz, com um café e provavelmente um pão na chapa ou frutas.

“Ódio ao PT”.

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Pronto.

Você já não está bem. Tem raiva de alguma coisa.

Talvez do PT. Talvez da palavra ódio, que desperta, bem, ódio.

O experiente Mário Magalhães diz que o “emprego de ironia costuma ser expediente de risco” para jornalistas. Em sua coluna de estreia no Intercept Brasil, diz que “recomenda-se parcimônia em tiradas irônicas” no jornalismo.

Não havia ironia na minha coluna da sexta-feira passada, em que afirmei ser fácil odiar o PT e culpá-lo por tudo de ruim de que acontece, quando o PT não é mais governo há algum tempo.

Fui reto.

Mas aí houve quem achasse haver ironia. Fenômeno novo.

– Você está sendo irônico.

– Não.

– Viu?

Não há como fugir. O ódio se consome nessa polarização política.

E as interpretações estão em todos os lados.

Numa coluna na qual defendi o PT (defendi o PT, achei que bravamente!), o secretário estadual de comunicação da sigla, Murilo Silva, me mandou um direito de resposta. Perguntei:

– Interpretaste a nota como uma crítica ao PT?

– Sim. E não fui só eu. Poderias me ajudar na interpretação?

– Lê com calma – respondi.

O PT já foi governo, não é mais. Vamos criticar o PMDB, que é governo. Era isso. Deixemos pra lá ódio e intrigas (mas vamos preservar a ironia, inevitável até a quem diz não usá-la).

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Boa semana!

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