Há seis décadas, decisões que impactam a vida dos catarinenses costumam nascer desta casa em estilo colonial encravada na Agronômica, em Florianópolis.

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Irineu Bornhausen a inaugurou em 1955, sendo o primeiro de 18 governadores que moraram aqui com suas famílias. Eduardo Pinho Moreira é o décimo nono. Mudou-se para cá no mês passado.

Com exclusividade, o fotógrafo Felipe Carneiro e eu percorremos a Casa D’Agronômica, aberta totalmente, pela primeira vez, a profissionais de imprensa. Foi no último dia 3.

O trajeto incluiu o segundo andar, local mais íntimo e que historicamente desperta curiosidade e imaginação.

Veja abaixo como é a residência oficial do governador, guiado pelo atual:

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Térreo

É onde se concentra o movimento. Políticos chegam aos poucos e se sentam em sofás à entrada. Um deles (dos sofás), Pinho trouxe com a mudança. Também substituiu quadros e colocou um tapete seu, estilo persa.

Ao centro da casa, um átrio cercado por 12 colunas é o espaço para apresentações ou cafés da manhã com muita gente, como o servido a Henrique Meirelles e a deputados, semanas atrás. A mulher do governador, Nicole Torret Rocha, adornou o local com orquídeas brancas. É dela a escolha de muita coisa aqui, em um mês.

Escritório

Fica à direita de quem entra, ao fundo. Há estantes com livros, quadros, sofás e uma mesa. Sobre ela, um computador. Pinho prefere seu iPad. Há um aparelho de som antigo. À época de Luiz Henrique da Silveira, tocava música clássica, enquanto o governador trabalhava. Entre os objetos de decoração, há um jogo de xadrez, propício para um local onde se planejam movimentos em outro tipo de tabuleiro: o político.

O cheiro da cebola refogada perfuma o ambiente às 10h. Gilson Clemente trabalha há 42 anos aqui. Hoje, comanda a cozinha. Ao longo das décadas, sua habilidade esteve (e está) em agradar ao paladar de diferentes moradores e convidados.

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Em jantares com gente de fora, é regra destacar a produção catarinense, seja fruto do mar, vinho ou carne.

No dia a dia, ao morador da ocasião, Clemente e a equipe cozinham arroz, feijão, carne e salada. Eventualmente, algo a pedido. No caso de Moreira e Nicole, comida árabe, como quibe e homus.

Salas de jantar

São duas. Uma delas é conhecida. É onde são servidas autoridades nacionais e estrangeiras. Eventualmente, usam-na para coletivas de imprensa. Ao lado, mais reservada, há outra na qual servem-se as refeições diárias. Pinho Moreira acorda às 4h30min para ler os jornais. No desjejum, frutas, pães, mel (pedido dele) e café preto. O cardápio mudou pouco ao longo dos anos.

Na sala de jantar em que recebe autoridades, durante o governo LHS, Moreira certa vez quis explicar Floripa a uma princesa da Holanda, que respondeu: “Conheço bem. Já surfei muito aqui!”

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Virou rainha, casada com o rei da Holanda. Chama-se Máxima.

Segundo andar

Apenas os moradores da casa costumam ter acesso ao segundo andar. É o local mais íntimo, onde ficam os quartos. Cada governador faz pequenas adaptações, dependendo de suas preferências. Luiz Henrique e Raimundo Colombo tinham pequenas academias, com esteiras e um ou outro aparelho. Há muitas obras artísticas por toda a casa, principalmente do tubaronense Willy Zumblick.  

Quarto

Este é um dos quartos. Diferentes adultos e crianças o ocuparam ao longo das décadas. Hoje é de Bernardo, filho de Nicole. Como o de qualquer criança, há brinquedos como bola, dinossauros e agenda com atividades e compromissos: hora do estudo, dia do futebol etc. Do lado de fora da casa, há uma quadra de cimento, frequentada eventualmente pelos mais jovens, aos fins de semana.

Suíte do governador

O quarto do governador é dividido em quatro ambientes. Uma antessala, o espaço para a cama (onde também fica um guarda-roupa antigo, de madeira, com duas portas), o banheiro com closet ao lado e uma espécie de jardim de inverno. Há três telefones fixos espalhados pelos ambientes. Ligações só são transferidas em casos raros, em alguma emergência.

O banheiro é espaçoso. Uma banheira de hidromassagem ocupa uma das pontas. O closet é moderno e grande, substituindo a função do pequeno guarda-roupas ao lado da cama.

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Jardins

A Casa D’Agronômica fica em um terreno com área de 50 mil metros quadrados. Além da casa, há uma construção, mais abaixo, que Moreira está transformando em academia. Também há a casa dos servidores da casa. Há diferentes tipos de árvores. Mas Moreira sente falta de uma horta e árvores frutíferas. Vai providenciar. O que deixa clara a vontade de permanência na casa por um tempo maior do que os sete meses de seu governo.