Desburocratização, transparência, redução da estrutura, melhoria do fluxo de processos e de resultados, eliminação de funções redundantes, maior eficiência e eficácia administrativa mediante redução de gastos são algumas das metas para a gestão 2019-2022 na Fundação de Apoio à Pesquisa do governo de Santa Catarina, de acordo com a reforma administrativa proposta pelo governo do Estado.

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– A gente vai pautar muitas de nossas ações nesse pensamento – afirma o recém-nomeado presidente da Fapesc, Fábio Zabot Holthausen.

O profissional criou, há quase dez anos, juntamente com outros professores da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), a Agência de Inovação e Empreendedorismo (Agetec), onde atuou como consultor jurídico e gerente de áreas diversas. Holthausen também coordenou a incubadora de empresas CRIE e o Parque Científico e Tecnológico da Unisul (UniParque). E integrou o comitê de implantação do Centro de Inovação da região da Associação dos Municípios Região de Laguna (Amurel).

Quais são suas ideias para a fundação?

Fábio Zabot Holthausen – Estamos conhecendo os programas em andamento. Vamos avaliar os pontos positivos e melhorar naquilo que for necessário.

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A área de ciência e pesquisa nunca foi das mais valorizadas. Recursos são escassos. O governo do Estado devia R$ 200 milhões à fundação na metade do ano passado.

Holthausen – Certamente desejamos ampliar os recursos. Para 2019, o orçamento da Fapesc é de R$ 100 milhões. Pretendemos buscar outras fontes de recursos. Vamos tentar atrair fundos privados, e também de esferas federal e internacional. Sabemos da importância da pesquisa para a evolução das sociedades.

Como se daria isso?

Holthausen – Vamos ter de uma gerência de captação de recursos. Essa área será criada na estrutura da fundação, em substituição a uma outra, a ser extinta.

Quando virão os editais para pesquisadores se habilitarem?

Holthausen – Vamos lançar editais e chamadas públicas para que a sociedade em geral, e os pesquisadores em particular, possam apresentar projetos e propostas de soluções para problemas sociais de Santa Catarina. Vamos ter modelo de editais e chamadas públicas para que os interessados foquem em temáticas de interesse amplo.

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Dá para exemplificar?

Holthausen – Vamos lançar, em março, o edital para que os interessados apresentem ideias e iniciativas que possam melhorar a situação na área da saúde. Queremos que os pesquisadores estudem soluções e comprovem ou refutem hipóteses. Queremos, isto sim, dar protagonismo à pesquisa e à ciência no Estado. Por isso os editais têm de ser casados com os anseios do setor produtivo.

Qual é a lógica desse modelo?

Holthausen – A lógica é a seguinte: a Fapesc lança o edital com foco no interesse de ambas as partes e, em contrapartida, o setor produtivo deverá bancar parte dos custos. Queremos lançar edital com estas características ainda neste primeiro semestre. E também vamos ter forte atuação junto à Finep e Capes, importantes instrumentos de trabalho e promoção para a pesquisa e ciência no país.

Há a possibilidade de contar, ainda, com outras parcerias?

Holthausen – É o que desejamos. E isso é muito importante para quem vai demandar junto à fundação para viabilizar dinheiro e apoiar iniciativas. Temos encaminhamentos a fazer. Mas, claro, ainda é cedo. Ainda temos de saber quem vai sentar em cada cadeira nos mais diferentes órgãos com os quais queremos ter interface. Inclusive dentro do governo e de agentes econômicos relacionados em Santa Catarina.

Qual é a estrutura interna da fundação?

Holthausen – Estamos em momento de transição. Teremos poucos cargos comissionados: oito. Tínhamos 36 coordenações, agora são 18. Vamos fazer mais com menos, como é a orientação do governador.

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Em tempos de internet, o que se fará para desburocratizar atividades e processos?

Holthausen – Eu venho da área jurídica. Sei da importância de se ter agilidade. Vamos implantar o sistema sem papel na Fapesc, com assinatura eletrônica de todas as ações. O processo de chamada pública já está no sistema eletrônico.