Ricardo Cançado (foto) assumiu o comando da reitoria da UniSociesc, vindo de posto de direção de outra instituição de ensino do grupo Ânima Educacional, em Minas Gerais. Em entrevista exclusiva para a coluna antecipa as diretrizes que vai implementar à frente do Centro Universitário com matriz em Joinville. Expansão, qualidade e eficiência serão o tripé de sua gestão. O combate à evasão de alunos será intenso e anuncia que a Escola Técnica Tupy não vai fechar, como foi admitido no ano passado.

Continua depois da publicidade

O senhor chega a Joinville para dirigir a UniSociesc. Quais serão suas prioridades? 

Ricardo Cançado Gonçalves de Souza – Vou dar continuidade ao trabalho realizado por Sandro Murilo Santos, que tem história de décadas dedicadas à UniSociesc, e é responsável direto pelo que é a escola hoje. Tenho como objetivo atuar com três pilares, que vão
nortear o trabalho. 1. continuar o crescimento da organização; 2- primar pela qualidade da educação e, 3. perseguir a eficiência para enfrentar os desafios da educação. Este é o projeto Ânima, onde quer que o grupo esteja.

 Crescer significa fazer mais aquisições?

Cançado – Olhamos todas as oportunidades, Sempre. Hoje não há nada claramente identificado. Não há instituição "na boca" para ser adquirida. Queremos crescer em todas as nossas unidades, atraindo novos alunos e evitar a evasão de alunos. 

Continua depois da publicidade

A fuga de alunos é um fato comum a todas as faculdades, em todo o país. Como enfrentar isso?
Cançado –
Vamos agir com foco na retenção e captação de estudantes. Isso tem muito significado para nós. É essencial, mesmo. Sem dúvida, a crise reduziu o número de estudantes nas salas de aulas no triênio 2015/2017. A crise econômica, que gerou o grande número de pessoas desempregadas – portanto perda de renda por parte das pessoas – explica isso que você disse. 

 A deficiência de formação no segundo grau também contribui? Quer dizer, o estudante leva um certo choque ao entrar no curso superior, onde exigências acadêmicas e maturidade têm de ser bem mais elevadas?

Cançado  – Sabemos das deficiências do ensino no segundo grau, o ensino médio. Alunos não estão preparados para o que vão encontrar na faculdade. Percebem que não estão preparados. Aí surge uma questão relevante, a da autoestima. Há alunos que acham que não
vão conseguir (aprender). E desistem. 

A taxa de evasão é muito alta?

Cançado – No grupo Ânima a taxa de evasão é de 12%. Na UniSociesc é de 14%. Acontece bem mais nos dois primeiros semestres dos cursos, quando atinge 30%! Entre os veteranos o índice baixa para 4%.  A estratégia para superar esse problema é garantir a qualidade
do projeto. Ter professores-âncora já no começo dos cursos, com amplo domínio de diferentes metodologias didáticas e capacidade para compreender os alunos – e ajudá-los. E, claro, estabelecemos negociação financeira para tentar segurá-los na instituição. 

Continua depois da publicidade

Qual é o tamanho da UniSociesc, atualmente?

Cançado – Estamos presentes em Joinville, Curitiba e Florianópolis (com duas unidades nestes locais); e ainda em Jaraguá do Sul, São Bento do Sul, Balneário Camboriú, Itajaí e Blumenau. A segunda unidade, em Florianópolis, na região do Continente, inaugura
oficialmente em abril. As aulas já começaram. 

Há uma boa cobertura no Norte e litoral do Estado. Falta chegar à região Oeste, onde Chapecó e Joaçaba se destacam. Está nos planos?

Cançado – Sim, a região Oeste de Santa Catarina está no radar. Lá há instituições de ensino superior, mas são, no geral, pequenas. É natural olharmos para o Oeste. 

Quanto a UniSociesc investe por ano?

Cançado – Investimos R$ 20 milhões por ano em edificações, equipamentos, infraestrutura. 

Em Joinville, as áreas mais destacadas sempre foram as de Engenharia e Gestão. Mas os empresários reclamam, de forma generalizada (e muito) da distância que separa a academia da realidade nas companhias, na hora das pessoas trabalharem.

Continua depois da publicidade

Cançado – Aproveitamos a força da marca UniSociesc. Estamos bem articulados com o mercado e a Ânima aprendeu bastante com a UniSociesc nessas duas áreas. Em Joinville temos 50 cursos distribuídos por todas as áreas de ensino. 

A relação com a cidade de Joinville vem aumentando nos últimos anos. Algo novo no horizonte?

Cançado – A conexão com a cidade de Joinville vai aumentar ainda mais. Vamos ter conexão com o esporte; queremos ter presença na arte e cultura; e também parcerias crescentes nas áreas de inovação e gestão de empresas.

Há alguns meses, em 2018, foi anunciado que não haveria novas turmas de alunos nos cursos da Escola Técnica Tupy, origem de tudo. A ETT poderia fechar. Houve forte reação de empresários.

Cançado – A ETT não vai fechar. Nova turma foi aberta. O momento é de retomada gradual. Como tantas outras escolas técnicas, no geral, a ETT sofreu muito com a entrada do Pronatec, que oferece cursos gratuitos em diferentes segmentos de ensino técnico. Essa
situação já não prevalece mais. Queremos, na Escola Técnica Tupy, fazer parcerias com empresas.

Continua depois da publicidade

O que te move no desafio de administrar a UniSociesc?

Cançado – Venho para a UniSociesc com a paixão pela educação. Este é o lema da Ânima e de todos o que estão na instituição.