A Unimed em Santa Catarina estuda criar uma holding pela qual os médicos poderiam ser investidores como pessoas físicas, independentemente de serem cooperados. Esse é um dos planos da cooperativa médica, que, após uma crise, conseguiu melhorar os resultados e faturar R$ 314,4 milhões no ano passado, quando obteve lucro de R$ 10,3 milhões. Metade do desempenho vai para novos investimentos.
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O presidente da Federação das Unimeds de SC, Alberto Gugelmin Neto, traça o perfil e fala do momento atual da instituição, que tem 5,5 mil médicos cooperados, possui 23 clínicas próprias, 1,2 mil clínicas credenciadas e seis hospitais próprios. Hoje, tem 1 milhão de clientes.
À frente da cooperativa, Gugelmin recuperou a saúde financeira da Unimed. Em 2010, a instituição estava em uma situação bem difícil, quando 67% da receita dependia do pagamento do SC Saúde (118 mil vidas), plano de saúde do governo do Estado que faliu.
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Prejuízo e projeto de recuperação
– Quando o governo acabou com o plano, sofremos bastante. Tivemos prejuízo de R$ 80 milhões com o contrato. A nova diretoria teve que adotar medidas duras, com cortes drásticas de despesas.
Também foi criado um contact center próprio, ao qual 16 das 22 Unimeds locais aderiram – explica Gugelmin sobre a situação na época.
Em 2016, foi desenvolvido um projeto de governança corporativa sustentável. Com a recuperação das contas e, lógico, da credibilidade há investimentos em seis hospitais. Um olhar atento para outras oportunidades mira no atendimento a pequenas e médias cooperativas, um nicho de negócios que cresce.
Auditorias
Uma das medidas para economizar dinheiro foi o aprimoramento de auditorias médicas. Esse trabalho especializado já funciona em 28 Unimeds de diferentes Estados e conta com 30 médicos aptos a analisar todas as situações referentes às contas.
Também foi criada uma junta médica que avalia casos em que médicos cooperados prescrevem tratamentos, mas há dúvidas em relação aos custos.
O trabalho está presente em 46 Unimeds de diferentes Estados. A junta resolve situações quando há divergências entre o que pedem os cooperados e o que pensa a cooperativa. Assim, já foi economizado R$ 24 milhões desde 2016.
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Clientes
Uma outra decisão para minorar o problema foi adotada: a compra de tempo nas agendas dos médicos para que os clientes possam ter mais horários de atendimento. Outra questão é a disponibilidade fácil de informação para o acompanhamento de procedimentos. Para equacionar isso, já é possível fazer autorização de solicitação por WhatsApp.