A absoluta polarização entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad nos conduz a um país dividido. Num ambiente tenso, como só se viu em 1989, alguns temas perderam espaço durante o período de propaganda eleitoral e, até mesmo nos debates, ficaram em segundo plano. É o caso de propostas sobre desenvolvimento econômico. Poucos candidatos trataram dessa temática com a profundidade adequada, a orientar melhor o pensamento de eleitores na hora de decidir o voto. 

Continua depois da publicidade

Investidores declararam à XP e a outras corretoras, que naturalmente preferem Bolsonaro. Lógico. As ideias da esquerda, representada pelo petismo vão em direção oposta aos interesses deles. Haddad defende a política redistributivista de renda, praticada durante os governos Lula e Dilma, inclusive com maior taxação de imposto de renda sobre lucros e dividendos.

Bolsonaro prega a urgente necessidade de se promover reformas estruturantes – da Previdência, tributária, ancorada num comando forte, com viés autoritário. Tem ao seu lado, o economista Paulo Guedes, um nome bem aceito pelo chamado "mercado" e que já está previamente escolhido para ser seu ministro da Fazenda, se vencer as eleições. 

Caso o desfecho do pleito fique para o segundo turno, o embate entre os extremos vai crescer. Mas, em meio ao radicalismo, ambos serão mais cobrados a explicitar melhor suas ideias sobre questões essenciais como infraestrutura, e comércio exterior. Até agora, corrupção, segurança e estilos pessoais de mando dominaram a cena. 

Quatro vetores

Continua depois da publicidade

Administrador que não se curve aos interesses das corporações, quer do setor público, quer das grandes companhias, capaz de aglutinar em torno de si uma equipe tecnicamente preparada e à altura dos desafios que surgirão a partir de janeiro. É este o perfil mínimo que se busca para governar o Estado de Santa Catarina. 

Pesquisas sinalizam que teremos uma eleição em dois turnos, com candidatos representativos de dois polos da política partidária estadual que vem se revezando no comando do Estado. Cada um ao seu modo, sim, mas se parecem no essencial, com experiências administrativas e políticas tanto no Executivo municipal, como no Legislativo.

A campanha no segundo turno – e independente de quem chegar a ele – nos dará mais informações sobre o que pensam os finalistas e, no detalhe, com o que se comprometem. Quem vencer em 28 de outubro terá, a partir de janeiro de 2019, missões que a sociedade lhe conferirá pelo voto. Os principais desafios se concentram em quatro frentes.

 

Leia também:

Lideranças políticas e empresariais temem o voto nulo