A interdição do Shopping Mueller pela Vigilância Sanitária nesta tarde de terça-feira produz um fato novo na fiscalização de empreendimentos, nestes tempos de Covid-19. A alegação foi de descumprimento de decreto municipal, que proíbe a entrada de idosos em estabelecimentos comerciais do gênero, como medida restritiva de locomoção para evitar a propagação da doença na cidade.

Continua depois da publicidade

Ocupação das UTIs para coronavírus em Joinville chega a 80%

A interdição é por 48 horas. O shopping já entrou com mandado de segurança na Justiça para conseguir reabrir as portas. A aplicação rigorosa da legislação municipal faz sentido do ponto de vista da saúde pública, mas também significa a impossibilidade temporária de dezenas de operações comerciais atenderem clientes.

A superintendente do Shopping Mueller, Áurea Pirmann, explica que não tem poder de polícia para proibir a entrada das pessoas e nem tem poder para pedir carteira de identidade para conferir a idade delas.

— Há idoso que mora em frente ao shopping e vem aqui para ir à farmácia e almoçar ou jantar — disse.

Continua depois da publicidade

O argumento não convenceu a fiscal. O Mueller já tinha entrado com pedido na Justiça, dia 30 de junho, para garantir a abertura de todas as suas operações, diz a executiva.

Agora, o empreendimento precisa se organizar internamente para obedecer as regras exigidas pela Vigilância. Já houve situação semelhante em restaurante tradicional de Joinville ainda na última semana de junho. Não chegou a ser fechado, mas foi advertido.

No dia 27, o atendente que recepcionava os clientes avisou que idoso, pessoa cima de 60 anos, não podia se alimentar dentro do local; só comprar a comida e sair para almoçar ou jantar em casa. É grande e crescente o embate entre a questão sanitária e a questão econômica.